António Sérgio foi o redactor principal e director desta publicação. Impresso na mesma tipografia de Orpheu (Tipografia do Comércio), teve pouca longevidade, tendo apenas durado dois números no fim de 1923.
O seu subtítulo é explicativo: [Homens] livres da finança e dos partidos, o que demonstra o carácter doutrinário da publicação, uma vez que surge na sequência da campanha lançada pela revista Seara Nova, meses antes, para a “reorganização nacional” no sentido de um governo imparcial. A maior parte dos seus colaboradores provém, assim, daquela publicação (Jaime Cortesão, Raul Proença, etc). Diz João Medina, no seu conhecido estudo sobre esta revista: “A constituição, em 1923, do grupo Homens Livres, reunindo monárquicos do Integralismo Lusitano e republicanos da Seara Nova, constitui uma das maiores surpresas dos meandros ideológicos e políticos da I República. Em tudo opostos, os integralistas fiéis ao neomiguelismo e os seareiros de feição socializante, tinham porém um dominador comum: a idêntica recusa do statu quo institucional, o repúdio pelo demo-liberalismo, a recusa dum regime de balbúrdia, ‘plutocracia’ e ineficácia governativa.” (João Medina, O Pelicano e a Seara. Integralistas e Seareiros juntos na Revista Homens Livres, Lisboa, Edições António Ramos, 1978.)