JOSÉ COELHO PACHECO

1894-1951

1894

A 27 de maio, José Coelho de Jesus Pacheco nasce na Freguesia de Santos-o-Velho, Lisboa. Filho de Camilo Simões Pacheco, ajudante de farmácia e de Maria José Coelho de Jesus, a mais velha de dez irmãos, o mais novo dos quais é Geraldo Coelho de Jesus (nascido a 5 Dezembro 1887) amigo e companheiro de Fernando Pessoa.

1895

A 6 de janeiro nasce irmã, Henriqueta, e a 27 de abril os pais casam-se na Igreja paroquial de Santos-o-Velho.

1897 A 19 de Setembro morre irmã Henriqueta.
1901 Vive na Rua de Sto. Antão, 109, na mesma morada do avô José Bento e, provavelmente, do Tio Geraldo (então com 14 anos). Em Outubro começa a frequentar o “Colégio Amaral”, sito na Rua Ivens, nº 44.
1904 Termina a instrução primária e em Outubro e ingressa no Liceu de Lisboa - Carmo (dependência do Liceu de São Domingos). Aqui, terá como colegas, entre outros, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Carvalho Mourão.
1906 Em Janeiro morre o avô, José Bento.
1906/07 Frequenta o 3º ano do Liceu (o ano da greve académica).
1908 Início de uma co-tradução (com M. L. Navarro) de “O Farol do Fim do Mundo” de Júlio Verne, que não parece ter terminado
1908/09 Na caderneta do Liceu consta nova morada: Av. da Liberdade, nº19, 5º. Folhas de turma mostram que foi colega de turma de Mário de Sá-Carneiro, que repetiu alguns anos.
1910/11 Termina o 7º ano no novo edifício do Liceu Passos Manuel, em Ciências, opção língua inglesa, com 11 valores. Em janeiro de 1911 os alunos deste Liceu revoltam-se contra a expulsão do Professor Benarus.
1911/12 – Ingressa no Instituto Superior Técnico (IST) onde conclui o 1º ano. Tem como colegas, entre outros, Fernando Carvalho Mourão com quem colaborará n’A Renascença e Alexandre Mendonça Alves, com quem trabalhará no ramo automóvel. Trabalha na tradução de “A Vila Aérea” de Júlio Verne.
1912/13 Escreve textos e poemas, e continua o trabalho como tradutor. Frequenta (cada vez menos) o IST.
1913

Consta várias vezes no diário de Fernando Pessoa. Em Março, Pessoa “passeia de automóvel com Coelho” (http://arquivopessoa.net/textos/4458, consultado em 17-08-2022).

1914

– Em fevereiro sai A Renascença, onde consta como redactor e assina dois textos (o amigo e colega Fernando Carvalho Mourão consta como Proprietário e Director).

Publica o texto em prosa «O jornal Dele», A Renascença, Lisboa, 1 (fev. 1914) p.14.

Publica texto em prosa assinado Line (pseudónimo) «Zizi», A Renascença, Lisboa,1, (fev. 1914) p.9-10.

1914/15

Frequenta no IST apenas a cadeira de Geometria Descritiva e abandona o Técnico.

1915

Sai em março o primeiro número de “Orpheu”. É responsável pela secção Automobilismo nos 3 números da Illustração Sportiva (de Maio a Junho): «Automobilismo, a técnica moderna do automóvel», Illustração Sportiva, Lisboa, 1 (9 maio 1915) p.11-12.

«Automobilismo, a técnica moderna do automóvel», Illustração Sportiva, Lisboa, 2 (23 maio 1915) p.22-23. «Automobilismo, a técnica moderna do automóvel», Illustração Sportiva, Lisboa, 3 (13 jun. 1915) p.35-36.

Em junho sai o segundo número de “Orpheu”.

1916

Publica em prosa “Mangas de alpaca” Correio Literário, Lisboa, 5 (1 mar. 1916) p. 2.

Publica o soneto “A Natureza”, Correio Literário, Lisboa, 4 (16 fev. 1916) p.7. Em agosto ingressa na Escola de Guerra.

1917

A 21 de Janeiro escreve no seu diário sobre o desejo de ser aviador. Mantém-se na Escola de Guerra, sendo promovido a sargento-aluno. A 26 de Maio termina o Curso de Infantaria da Escola de Guerra com 12,7 valores, e em Junho é promovido a alferes.

1918 É colocado no Parque Automóvel Militar como adjunto-técnico. Conhece Berta Fernandes Leitão, com quem virá a casar.
1919 Em Fevereiro diligencia a passagem para o G.E.A.R. (Grupo de Esquadrilhas de Aviação “República”) onde é Diretor do Parque de Material. Em Maio é “chefe de secção” da recém-formada firma “Mantero e Mendonça”, de Carlos Mantero e Alexandre Mendonça Alves, importadora da marca Chevrolet. Ainda neste mês pede ao G.E.A.R. para se “habilitar no estrangeiro como engenheiro aeronáutico” – o pedido é indeferido. Trata do aluguer da casa no Saldanha para habitar a partir de 1 Junho. De Maio a Agosto viaja com Carlos Mantero até aos E.U.A., para tratarem da importação de carros da Chevrolet. A 4 de setembro, casa com Berta Fernandes Leitão. Em Outubro segue até Paris de comboio com a esposa. A 9 de Novembro chega a Lisboa ao volante de um Chevrolet.
1921

A 16 de fevereiro passa para os Serviços Gráficos do Exército onde trabalha na Secção de Fotografia e Cinematografia. Em Maio é publicada A Revista – revista artística e literária, com direcção de Eduardo Malta, composta e impressa pelos Serviços Gráficos do Exército. A 26 de Março nasce a primeira filha, Maria da Luz.

 1922 A 4 de junho nasce a segunda filha, Maria Helena. Falece o Pai, Camilo Simões Pacheco.
1924

Falece a Mãe, Maria José Coelho de Jesus.

1925 Terá sido muito ativo na realização do Primeiro Salão Automóvel em Lisboa.
1926   Torna-se sócio do Automóvel Clube de Portugal.
1927 É destacado para ir substituir outro oficial no inquérito ao Convento das Trinas. Quando termina passa para a “Pagadoria” do Ministério de Guerra.
1928 No princípio do ano o seu negócio de automóveis ainda funciona na Av. da Liberdade. Em Julho de 1928 um anúncio na revista “O Volante” indica a abertura próxima de novas instalações.
1929 Inauguração do novo stand de automóveis na Av. Braamcamp. A 18 setembro o tio Geraldo Coelho de Jesus casa com Germaine Georgette Marthe Raban, Fernando Pessoa é testemunha.
1930 Extinta a “Pagadoria” pede licença ilimitada (até 1938).
1935 Envia carta a Fernando Pessoa a agradecer envio de cópia da “Mensagem”.
1936 Participa na criação do Grémio, futura Associação, dos Comerciantes de Automóveis de Portugal.
1937 Compra Quinta de Sta. Teresa em S. Pedro de Sintra. É publicado A aldeia aérea, de Júlio Verne, com tradução de José Coelho Pacheco: Lisboa. Imp. Portugal-Brasil 1937.
1938 Envia quadras populares a Ilda Correia Leite, escritora e crítica literária.
1939 Passa à reserva, no Exército.
1943 Recebe o actor Leslie Howard na Quinta de Sta. Teresa.
1947 Compra casa na Rua de São Domingos à Lapa.
1951 A 15 de Novembro morre em Lisboa.
1953 É publicada o seu poema “Para Além d’Outro Oceano” como sendo de um semi-heterónimo de Fernando Pessoa: José Coelho Pacheco «Para além doutro oceano». In Poemas inéditos destinados ao nº3 do Orpheu. Fernando Pessoa; pref. de Adolfo Casais Monteiro. Ed. especial. Lisboa: Inquérito, 1953.