[BNP/E3, 14E – 49]
Cesário Verde.
Outra particularidade de Cesário – a mais flagrante talvez, depois de nos ser |flagrante| o tom geral da sua |arte| – é o modo de interromper ou uma descrição com uma reflexão sentimental, ou um sentimento com uma nota descritiva. Assim, como exemplos da 1ª:
{…}
e exemplos da 2ª:
{…}
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Isto é nitidamente sentimental. Só um sentimental faz isto, e um pouco-sentimental quando chega a sentir muito. Assim, Victor Hugo, que sente relativamente pouco, quando chora a morte da sua filha, rompe com quadras como esta o seu estilo usualmente {…}
Elle avait dix ans {…}
{…} verts
E assim Tennyson na |talvez| mais sentida das suas pequenas líricas:
Break {…}
[49v]
Este é o processo, reduzido a interromper quase o leit-motiv de que Rossetti se servia em poemas como Troy-Town e {…} |*poema|, para os sentimentalizar. É o que, do mesmo modo, já antes aparecera nas obras de Elizabeth Barrett Browning, onde o Margaret! De {…} e o Toll slowly da Lay of the Duchess May… É o que tão belamente usam os nossos cancionistas, como o
Em forte pont’eu fui nado
Senhor, por vos e por mi.
do {…}. E é o que de algum modo dá aparência de sentimento à normal nulidade dos {…}
Mas, se notar isto é bom, melhor será, analisando, mostrar a que razões psicológicas obedece, e porque é esta |true| artistic uma nota de sentimentalismo, verdadeiro ou artificial. Toda a gente sente {…} mas não se trata de sentir, mas de compreender…
