Arquivo virtual da Geração de Orpheu

Mário de Sá-Carneiro

O Arquivo Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), poeta modernista, inclui correspondência, cadernos e manuscritos, bem como a obra publicada no seu tempo de vida. Muitos destes documentos foram reunidos por François Castex, professor e escritor francês, e encontram-se conservados na Biblioteca Nacional de Portugal. Reúne-se aqui também o conjunto das cartas enviadas pelo autor ao seu amigo Fernando Pessoa.

Os documentos completos encontram-se no campo “PDF” e os manuscritos foram transcritos no campo “Edição”. 

 

Medium
Mário de Sá-Carneiro
Esp.115/7_8
Esp.115/7_8
Sá-Carneiro, Mário de
Identificação
Bilhete-postal a Fernando Pessoa
Bilhete-postal a Fernando Pessoa

Bilhete-postal enviado de Paris no dia 19 de Fevereiro de 1916. 

 

**

Paris fev. 1916

Dia 19

Meu Querido Amigo,

 

Ainda não sei nada. No entretanto não mandei o telegrama a meu Pai. Mas continuo a não saber nada. Mais calmo, nem por isso o vendaval deixa de silvar. Recebi a sua interessantíssima carta sobre o Dr. Leal.

Breve escreverei longa e detalhada carta. Você não fale a ninguém da minha possível (mas ainda improvável) partida para Lisboa. Tanto mais que, em tudo isto, há uma perturbadora história de cartas que dizem que eu não parto. Depois lhe contarei. É muito curioso. Não se assuste. Não haverá novidade de maior. Estou acostumado a estas sezões.

Adeus,

mil abraços do seu

Mário de Sá-Carneiro

 
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/5835
Classificação
Espólio Documental
Correspondência
Dados Físicos
Tinta preta sobre bilhete-postal.
Dados de produção
1916 Fev 19
Inscrita.
Fernando Pessoa
Português
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Bom
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Paris
Documentação Associada
Sá-Carneiro, Mário de, Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, ed. Manuela Parreira da Silva, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
Esp.115
Na transcrição das cartas: a ortografia foi actualizada e as gralhas evidentes corrigidas, mantendo, contudo, as elisões com apóstrofo e todas as singularidades da pontuação usada por Mário de Sá-Carneiro, bem como a forma original das datas, muitas vezes com o nome dos meses em letra minúscula ou abreviado. O título da revista Orpheu foi mantido na forma sempre usada por Sá-Carneiro – Orfeu. Foram mantidas, igualmente, as versões de versos e de outros trechos literários mais tarde corrigidos ou refundidos pelo poeta.