Recebi hoje a sua carta de 4 e o Compêndio Teosófico que muito penhoradamente agradeço. Coisa alguma de novo lhe tenho a dizer. A vida corre vazia, d’alma e corpo – mas vazia d’alma porque não estou para a encher. E ainda é uma consolação. A minha fase agora é de – embora a existência de forma alguma me saiba a tabaco loiro, mas antes a caporal de prisioneiros – fumá-la, indeterminadamente fumá-la. E se com alguma coisa topo – é sempre com o erro, destrambelhadamente e aos saltos. Estou hoje muito triste e muito infeliz. Mas logo vou ao teatro. Sempre atapetar a vida. O Café de la Paix também tem passadeiras...

Adeus.

Um grande, grande abraço de toda a Alma.

o seu M. de Sá-Carneiro

P. S. – Farei comunicado ao C. Ferreira. Ele de resto já me falou dessa affaire, e que lhe ia escrever.