Identificação
[BNP/E3, 103 – 44]
Assim, no nosso actual estudo apoiaremos com a revelação da alma da nova poesia portuguesa quanto, em artigo anterior, afirmámos sobre a sua elevação e a sua originalidade. Posteriormente, e em outro estudo, destrinçaremos – o que ainda não foi feito – qual a corrente literária actual é que é disputável com a “corrente” propriamente, visto que, indubitavelmente, na nossa corrente não se pode dizer que estejam poetas contemporâneos, como Teixeira de Pascoaes, Augusto Gil, Eugénio de Castro, Guedes Teixeira.
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Ora é desde o momento em que assim nitidamente se tem sob os olhos do raciocínio a alma lógica da nova poesia portuguesa que toda a sua grandeza se nos revela. Dada uma elevação máxima, como esta, numa corrente literária é fatal o aparecimento de génios máximos numa corrente. Uma, basta que rápida, vista de olhos pela história literária mostra que quanto mais alta a originalidade, unidade e elevação de uma corrente literária, maior a grandeza dos génios que a representam e dela nascem {…}. Não vemos, pois, porque, pensada como agora foi, de todo, a alta originalidade e a actividade e (superioridade), elevação da nova poesia portuguesa ela tem de fazer excepção à lei geral {…}
A nossa corrente literária actual, como corrente maximamente elevada, ultrapassa a elevação da corrente da renascença, na sua culminância isabeliana, e a corrente do romantismo alemão e inglês, e em mais léguas espirituais ainda a do romantismo francês.