[BNP/E3, 103 – 19]

para Águia

Desprezando os períodos propriamente embrionários das literaturas inglesa e francesa, isto é, no 1º caso, tudo quanto é ante-isabeliano, e, no 2º, o que há antes da época de Luiz XIV, porque essas épocas não apresentam correntes poéticas ou definidamente analisáveis num caso, ou que não sejam, no outro, mais do que princípios da corrente literária na que se lhe segue, _____ {…}

Temos, em Inglaterra, 3 períodos literários nitidamente definidos – o isabeliano que durou, pouco mais ou menos, de {…} até à extinção da República; o do século XVIII que durou um século; e o moderno que vem desde cerca de 1800 até aos nossos dias[1]. Vejamos agora com que estádios sociais se relacionam estas correntes literárias. O período isabeliano corresponde evidentemente a uma actividade social cuja culminância foi a República inglesa e cujo representante principal foi Cromwell; mas corresponde precedendo-o. O que foi a República inglesa? Simplesmente isto a criação da moderna ideia de governo popular (não de democracia essencialmente),

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ideia esta que, criada modernamente em Inglaterra pela República, ficará vincada para sempre na monarquia restaurada, e, daí, influenciando Rousseau teorizante, gerará o seu 2º estádio de {…}, a República francesa, convertedora, essa, da ideia de intenção popular no governo na ideia de democracia, só em 1870 realizada. Vemos pois que o período isabeliano da literatura antecedeu um período de vida política em que a Inglaterra criou material civilizacional. – Segue-se o período do século XVIII. Esse reporta-se a uma época em que a Inglaterra não cria nada para a civilização, isto é, não cria ideias; é um período guerreiro e {…}. – Vem depois o período romântico cuja maior intensidade antecede, com o isabeliano, a realização e completação da Reforma da República, pelo parlamento reformista de 1832. Quanto mais se realiza a Renovação assim criada mais desce o nível literário, mais a corrente é a mesma, até que a França se |*arquitecta| enquanto a Inglaterra se junta.

[1] aos nossos dias ^{/à nulidade literária\}