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Fernando Pessoa - Heterónimos ingleses

Esta edição digital apresenta a transcrição do conjunto de textos de personalidades inglesas inventadas por Fernando Pessoa que aqui reunimos sob a designação de “heterónimos ingleses”. Incluí os textos assinados por heterónimos ingleses, os textos em inglês assinados por heterónimos portugueses e a poesia em inglês de Pessoa. Os documentos são transcritos a partir do espólio de Fernando Pessoa à guarda da Biblioteca Nacional de Portugal, com a cota E3. Quanto aos fac-símiles, são acompanhados de uma lição crítica e de uma transcrição paleográfica, que se encontram disponíveis para download no campo “PDF”. 

 

Medium
F. Pessoa - Heterónimos ingleses
BNP/E3, 78A – 30-31
BNP/E3, 78A – 30-31
Alexander Search
Identificação
Alexander Search – A Day of Sun

[BNP/E3, 78A – 30-31]

 

Delirium.

 

A Day of Sun.

 

I love the things that children love

     Yet with a comprehension deep

That lifts my pining soul above

     Those in which life as yet doth sleep.

 

All things that simple are and bright,

     Unnoticed unto keen‑worn wit,

With a child's natural delight

     That makes me proudly weep at it.

 

I love the sun with personal glee,

     The air as if I could embrace

Its wideness with my soul and be

     A drunkard by expense[1] of gaze.

 

I love the heavens with a joy

     That makes me wonder at my soul,

It is a pleasure nought can cloy,

     A thrilling I cannot control.

 

So stretched out here let me lie

     Before the sun that soaks me up,

And let me gloriously die

 

[31r]

 

A Day of Sun – 2.

 

Drinking too deep of living's cup;[2]

 

Be swallowed of the sun and spread

     Over the infinite expanse,

Dissolved, like a drop of dew dead

     Lost in a super‑normal trance;

 

Lost in impersonal consciousness

     And mingling in all life become

A selfless part of Force and Stress

     And have a universal home;

 

And in a strange way undefined

     Lose in the one and living Whole

|The limit that I call my mind,

The bounded thing I call my soul.|[3]

 

Alexander Search

 

March 17th. 1908.

 

 

[1] expense /excess\

[2] Drinking too deep of living's cup; /Deep drinking of mere living’s cup\

[3] |The limit that I call /am to my\ my mind,

The bounded /place where\ thing I call my soul.|/The place wherefrom I draw my soul.\

https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/6587
Classificação
Literatura
Dados Físicos
Dados de produção
March 17th. 1908
Inglês
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Documentação Associada
Fernando Pessoa, Poesia Inglesa, Organização, tradução e notas de Luísa Freire, Prefácio de Teresa Rita Lopes, Lisboa, Livros Horizonte, 1995, pp. 172, 174.