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Medium
Fernando Pessoa
BNP-E3, 103 – 43
BNP-E3, 103 – 43
Fernando Pessoa
Identificação
[Sobre a Nova Poesia Portuguesa]

[BNP/E3, 103 – 43]

 

Deus é tudo, mesmo aquilo que não é.

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Romantismo = panteísmo espiritualista. Concebe tudo como dualidade, corpo e alma, a natureza como corpo e Deus (Pope)

 

O idealista puro quando diz que o corpo é irreal e a alma real faz, de certo modo, dualismo – espiritualismo portanto, na sua essência –, porque dada a inconcebibilidade de que a matéria, não sendo nada, pareça ser – porque parecer ser é já ser, de certo modo, e ser de certo modo, é ser, visto que são tomados todos os modos-do-ser.

 

Suponha-se porém que o idealista dizendo “tudo é alma[1]” quando lhe perguntam pelo que é a matéria responde: espírito, mas carnalmente espírito, isto é, sendo o espírito a única realidade, a matéria, visto ser real, é espírito.

Temos pois uma metafísica a que se pode chamar panteísmo idealista. – Só há Deus, e Deus é tudo. Corpo e alma são Deus: são portanto realidades do mesmo género, não imanentemente, mas real- e efectivamente.

(Argumento por ser, não-ser e aparência).

 

 

[1] alma /espírito\

https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/2320
Classificação
Literatura
Genologia
Dados Físicos
Dados de produção
Português
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Documentação Associada