Revista de Lisboa, ligada à publicação em fascículos de obras eruditas de história e genealogia, e publicada de 1929 a 1931. Até ao n.º 5 é dirigida por José Pacheco, que sai, segundo se diz na revista, para relançar a Contemporânea, e depois por Rogério de Figueiroa Rego. O facto é que esses primeiros números parecem um reassomo do ímpeto modernista, com a publicação de nomes tão próximos de Pessoa como Luís de Montalvor, António Botto ou Raul Leal, e tão afins como Mário Saa, Carlos Queirós ou até José Régio. De resto, a revista ganha um valor especial pelo facto de nela Pessoa ter publicado pela primeira vez dois trechos do Livro do Desassossego já associado a um novo nome, Bernardo Soares. Mas Álvaro de Campos também participa com um poema, Adiamento, de resto republicado no Cancioneiro do I Salão dos Independentes em 1930, além da private joke,que já encontráramos em Athena, de entrar em diálogo com Pessoa. Neste caso, o poema A Fernando Pessoa, que é uma sátira sobre O Marinheiro e, ao mesmo tempo, uma citação de Orpheu. Em suma, estes primeiros números são um ponto de reunião episódico de um grupo enquanto tal reconhecível.
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