História da edição nacional(até 2008)

 

EDIÇÕES EM VIDA

Para além de colaboração poética e em prosa em jornais e revistas do seu tempo, Fernando Pessoa editou em volume “35 Sonnets” e “Antinous” (Monteiro & Co., 1918), “English Poems I-II” e English Poems III”, que incluem “Antinous”, “Inscriptions” e “Epithalamium” (Olisipo, 1921); e os manifestos em folhas volantes “Aviso por causa da moral” (assinado por Álvaro de Campo) e “Sobre um manifesto de estudantes” (1923). Viu editados em sua vida: “Uma réplica ao snr. Dr. Adolfo Coelho”, in “Inquérito Literário”, de Boavida Portugal (1915); “O Interregno. Defesa e Justificação da Ditadura Militar em Portugal” (Núcleo de Acção Nacional, 1928); o prefácio (não assinado) da “Anthologia de Poemas Portuguezes Modernos”, obra de que foi organizador com António Botto (1929); o texto de Álvaro de Campos “Toda a arte é uma forma de literatura (...)”, inserido no “Catálogo do I Salão dos Independentes” e o poema “O Menino da sua Mãe” no “Cancioneiro – I Salão dos Independentes” (1930); e em 1935 o folheto “A Maçonaria vista por Fernando Pessoa, o poeta da ‘Mensagem’, obra nacionalista premiada pelo Secretariado da Propaganda Nacional” (uma versão clandestina, com alterações ao texto original, do artigo “Associações Secretas (...)” publicado por Pessoa no “Diário de Lisboa).

Em obras alheias, publicou: “A quadra é o vaso de flores que o Povo põe à janela da sua Alma (...)”, in “Missal de Trovas”, de António Ferro (1914); “Notícia”, prefácio de “Motivos de Belleza”, de António Botto; “Palavras de Fernando Pessoa”, posfácio de “Entrevistas”, de Francisco Manoel Cabral Metello (1923;) e “Edgar Allan Poe 1809-1849” in “O baile das chamas”, “William Wilson” e outras obras de Edgar Allan Poe (1923?); o poema “Canção” in “Folhas de Arte”, dirigidas por Augusto Santa Rita (1924); “António Botto e o Ideal Estético Creador”, posfácio de “Cartas que me foram devolvidas”, de António Botto; o “Prefácio” de “Alma Errante”, de Eliezer Kamenezky e o “Prefácio” de “Acrónios, de Luís Pedro (Moitinho de Almeida) (1932); “’António’. Estudo crítico de Fernando Pessoa”, posfácio de “António”, de António Botto (1933); “Prefácio” de “Quinto Império”, de Augusto Ferreira Gomes e “Depoimento de Fernando Pessoa”, in “Portugal Vasto Império. Um Inquérito Nacional”, de Augusto da Costa (1934).

Em 1915 e 1916, a Livraria Clássica Editora publicou as suas traduções de “Compendio de Theosophia”, “Clarividência” e “Auxiliares Invisíveis”, de C.W. Leadbeater, “Os Ideaes da Theosophia”, de Annie Besant e “A Voz do Silencio” e “Luz sobre o Caminho. O Karma”. A tradução do poema “Catarina to Camoens”, de Elizabeth Barrett Browning, foi incluída em “Os ‘Sonnets from the Portuguese’ e Elizabeth Barrett Browning”, de Mário de Almeida (Coimbra, 1919). A nível de literatura publicitária, são conhecidos o texto “A pintura do automóvel” e a tradução do livro de receitas “Quaker Oats”.

 

Em 1934, foi publicada a “Mensagem” (Parceria António Maria Pereira), tendo a obra conhecido em 1941 uma nova edição da Agência Geral das Colónias na ortografia original, feita a partir de um exemplar da primeira edição com alterações e aditamentos (de datas) manuscritos pelo próprio Fernando Pessoa. A terceira edição, em 1945, reproduzindo a edição de 1941 em ortografia moderna, constituiu o volume V das “Obras Completas de Fernando Pessoa” (Ática), obra que a partir da sexta edição (1959) passou a ser acompanhada de uma nota de David Mourão-Ferreira.                             

 

PRIMEIRAS EDIÇÕES PÓSTUMAS

Em 1936, “Ano X da Revolução Nacional”, publicava-se em Macau, numa edição gratuita oferecida aos alunos das escolas, “Mar Portuguez. Doze Poemas de Fernando Pessoa”. No mesmo ano, Carlos Queiroz dava a conhecer no seu “Homenagem a Fernando Pessoa” (Presença), o poema “Dizem?” e excertos das cartas de amor a Ophélia Queiroz. No seu “Novos Temas” (Inquérito, 1938), João Gaspar Simões revelava três poemas ortónimos e a carta que Pessoa lhe dirigira em 11 de Dezembro de 1931.

O poema “À Memória do Presidente-Rei Sidónio Pais” foi publicado em folheto autónomo pela Editorial Império em 1940, acompanhado da nota auto-biográfica escrita por Pessoa em 30 de Março de 1935 e, em sobrecapa, do texto “Um Grande Português”, publicado em 1926 no jornal “O Sol”.Sublinhe-se um pormenor importante: na sua primeira publicação em 1920 no jornal “Acção”, o título do poema era “À Memória do Presidente Sidónio Pais”, tendo-o o próprio Pessoa alterado, à mão, num exemplar do jornal conservado no Espólio; a partir da edição de 1940, a expressão “Presidente-Rei” tornou-se “oficial” em todas as sucessivas reedições.

O ano de 1942 marca o início da era das grandes publicações póstumas pessoanas. Antes mesmo do primeiro volume das “Obras Completas de Fernando Pessoa” na edição Ática, saíram os dois volumes da antologia “Poesia. Fernando Pessoa”, organizada por Adolfo Casais Monteiro para a Editorial Confluência, que foi todavia obrigada a retirá-la do mercado por decisão judicial no processo que lhe moveu a Ática. A antologia (que veio a conhecer em 1945 uma segunda edição num só volume) incluía os três poemas inéditos de “No Túmulo de Christian Rosencreutz”. A edição Ática compôs-se dos seguintes volumes: com organização de João Gaspar Simões e Luís de Montalvor, I – Poesias de Fernando Pessoa (1941), II – Poesias de Álvaro de Campos (1944), III – Poemas de Alberto Caeiro (1946), IV – Odes de Ricardo Reis (1946), V – Mensagem (1946), VI – Poemas Dramáticos de Fernando Pessoa” (org. de Eduardo Freitas da Costa, 1952), VII – Poesias inéditas (1930-1935) e VIII – Poesias inéditas (1919-1930) (org. de Jorge Nemésio, 1955 e 1956), IX – Quadras ao gosto popular (org. de Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho (1965), X – Novas poesias inéditas de Fernando Pessoa (org. de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno, 1973) e XI – Poemas ingleses publicados por Fernando Pessoa (org. de Jorge de Sena, 1974). Gaspar Simões, afastado da edição a partir de 1946, não se coibiu de criticar os organizadores dos volumes subsequentes, provocando uma polémica que não seria a única sobre métodos e critérios editoriais.

Em 1943, Álvaro Ribeiro publicou e comentou os textos de Pessoa sobre “A Nova Poesia Portuguesa”, originalmente publicados em 1912 em “A Águia” (Inquérito); em 1945, Joel Serrão revelou as “Cartas de Fernando Pessoa a Armando Cortes-Rodrigues” (Confluência); e um dos grandes acontecimentos editoriais de 1946 foi a publicação, por Jorge de Sena, das “Páginas de Doutrina Estética” (Inquérito), volume que passou a constituir uma obra pessoana de referência. A partir de 1951, na cidade do Porto, Pedro Veiga (Petrus) iniciou a publicação irregular de uma série de volumes contendo poesia e prosa de Pessoa, com títulos variegados como “A “Análise da Vida Mental Portuguesa”, “Sociologia do Comércio”, “Crónicas Intemporais”, “Hyram”, “Regresso ao Sebastianismo”, “Almas e Estrelas”, etc., colectâneas desordenadas mas que permitiam o acesso a textos pessoanos pouco conhecidos ou mesmo esquecidos. As “Cartas de Fernando Pessoa a João Gaspar Simões” foram publicadas pelo destinatário em 1957 (Europa-América); em 1958, Jorge Nemésio revelava poemas e planos editoriais inéditos de Fernando Pessoa em “A obra poética de Fernando Pessoa. Estrutura das futuras edições” (Progresso Editora, Bahia).

Outra obra de referência foi, em 1960, o volume organizado a anotado por Maria Aliete Galhoz e publicado pela José Aguilar no Rio de Janeiro, “Fernando Pessoa. Obra Poética” (v. História da edição internacional). Em 1974, a Nova Aguilar lançava no Brasil o volume “Fernando Pessoa. Obras em prosa”, com organização, introdução e notas de Cleonice Berardinelli.

Em continuação das “Obras Completas”, a Ática iniciou em 1966 a publicação da obra de Fernando Pessoa em prosa, com “Páginas Íntimas e de Auto-interpretação” e “Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias”, organizadas por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho, e que vieram enriquecer de modo notável o conhecimento dos inéditos pessoanos. O mesmo se diga com a saída, em 1968, dos dois volumes de “Textos Filosóficos”, com organização de António de Pina Coelho (bem como os “Textos para Dirigentes de Empresas”, esse organizado, em edição fora do mercado, por Eduardo Freitas da Costa). Em 1978, David Mourão-Ferreira revelava as “Cartas de Amor de Fernando Pessoa”, com preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz e um depoimento da destinatária, Ophélia Queiroz. Três volumes de textos políticos e sociológicos de Fernando Pessoa foram organizados e comentados em 1979 e 1980 por Joel Serrão (“Sobre Portugal. Introdução ao Problema nacional”, “Da República (1910-1935)” e “Ultimatum e Páginas de Sociologia Política”), com recolha e fixação de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Uma antologia de “Textos de Crítica e de Intervenção”, sem indicação de organizador (David Mourão-Ferreira?), veio a lume na Ática em 1980. E, finalmente, a tão almejada e sucessivamente adiada publicação do “Livro do Desassossego”, apareceu nas livrarias, com prefácio e organização de Jacinto do Prado Coelho e recolha a transcrição de textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha (v. Livro do Desassossego. História da edição).

 

EDIÇÕES A PARTIR DE 1985

 

É materialmente impossível referir aqui todas as edições da poesia e da prosa de Fernando Pessoa vindas a lume em Portugal, depois de a sua obra ter caído em 1985, pela primeira vez, no domínio público. Citar-se-ão apenas as consideradas mais representativas, nomeadamente as mais abrangentes e as que vieram revelar inéditos.

 

A obra édita foi reunida e anotada por António Quadros em edição Lello & Irmão, em três volumes, sob o título genérico “Fernando Pessoa. Obra Poética e em Prosa” (1986). No mesmo ano, surgiu uma nova versão esta obra referência, editada pela Europa-América em 16 volumes na colecção “Livros de Bolso”. Ainda em 1986, a Editorial Comunicação lançava uma série de volumes antológicos pessoanos na sua colecção Textos Literários, dirigida e coordenada por Maria Alzira Seixo: “Poemas de Fernando Pessoa”, ed. de Isabel Pascoal, “Mensagem de Fernando Pessoa”, ed. de Silvina Rodrigues Lopes, “A Poesia de Alberto Caeiro”, ed. de Manuel Gusmão, “Poesias de Álvaro de Campos”, ed. de Fernando Cabral Martins e “Livro do Desassossego de Bernardo Soares”, ed. de Maria Alzira Seixo. E, sempre no mesmo ano, a Clássica Editora publicava quatro volumes antológicos das “Obras de Fernando Pessoa”, com introduções de Luís de Oliveira e Silva. Em 1987, João Gaspar Simões organizou para o Círculo de Leitores uma edição ilustrada da obra pessoana, constituída por por quatro volume de prosa e três de poesia.

Teresa Rita Lopes revelou em 1988 “A Hora do Diabo” e “O Privilégio dos Caminhos” (Edições Rolim). Em 1990, na Editorial Estampa, publicou “Pessoa por Conhece”, em dois volumes (I – Roteiro para uma Expedição. II. Textos para um Novo Mapa”), colectânea de inéditos, comentada e anotada, que se tornou uma obra de referência nos estudos pessoanos. No mesmo ano e na mesma editora, deu a conhecer 63 textos inéditos de Álvaro de Campos em “Álvaro de Campos. Vida e Obras do Engenheiro”. “Lisbon: What the Tourist Should See”, foi também por ela revelado em 1992. Sob sua coordenação, publicou-se em 1993 o volume “Pessoa Inédito” (Livros Horizonte), obra colectiva do grupo de investigadores integrados no “Instituto de Estudos sobre o Modernismo”. O texto integral das “Notas para a Recordação do Meu Mestre Caeiro”, de Álvaro de Campos, foi publicado pela primeira vez por Teresa Rita Lopes, em França (Fischbacher, 1996) e depois em Portugal (Estampa, 1997).

Em 1990 e 1991, Teresa Sobral Cunha publicou a sua versão do “Livro do Desassossego”, em dois volumes (Presença), a que se seguiram, em 1994, os “Poemas Completos de Alberto Caeiro”, com um posfácio de Luís de Sousa Rebelo (Presença). Em 1996, com organização e notas de Manuela Parreira da Silva, foi publicado o volume “Fernando Pessoa. Correspondência Inédita” (Livros Horizonte).

Yvette Centeno e Pedro Teixeira da Mota têm sido os principais reveladores de inéditos pessoanos sobre Hermetismo, Esoterismo e Iniciação. A primeira publicou-os em “Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética. Fragmentos do Espólio””(Presença, 1985) e em “Fernando Pessoa: Os Trezentos e outros ensaios” (Presença, 1988). O mesmo fez o segundo, em 1989, em “Fernando Pessoa. Rosea Cruz” e “Fernando Pessoa. Poesia Profética, Mágica e Espiritual” (Edições Manuel Lencastre). Em 2001, Miguel Roza deu a lume “Encontro ‘Magick’ de Fernando Pessoa e Aleister Crowley (Hugin), publicando a correspondência, praticamente desconhecida, entre Pessoa, Crowley e outras personalidades a este ligadas.

Em 1997, a editora Assírio & Alvim lançou duas colecções pessoanas de grande rigor textual: “Obras de Fernando Pessoa” e “Páginas de Fernando Pessoa”. A primeira foi iniciada com a “Mensagem”, em edição de Fernando Cabral Martins, seguindo-se-lhe “A Hora do Diabo” , ed. de Teresa Rita Lopes e “A Língua Portuguesa”, ed. de Luísa Medeiros; em 1998, o “Livro do Desassossego”, ed. de Richard Zenith, e Ficções do Interlúdio”, ed. de Fernando Cabral Martins; em 1999, “Correspondência (1905-1922)” e “Correspondência (1923-1935)”, ed. de Manuela Parreira da Silva, “A Educação do Estóico, Barão de Teive” , ed. de Richard Zenith, “O Banqueiro Anarquista”, ed. de Manuela Parreira da Silva, “Poesia, Alexander Search”, ed. e trad. de Luísa Freire, “Poesia Inglesa (I)” e “Poesia Inglesa (II)”, ed. e trad. de Luísa Freire; em 2000, “Crítica. Ensaios, artigos e entrevistas””, ed. de Fernando Cabral Martins, “Ricardo Reis. Poesia”, ed. de Manuela Parreira da Silva e “Heróstrato e a busca da imortalidade”, ed. de Richard Zenith, trad. de Manuela Rocha; em 2001, “Alberto Caeiro. Poesia”, ed. de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith; em 2002, “Quadras”, ed. de Luísa Freire, e “Álvaro de Campos. Poesias”, ed. de Teresa Rita Lopes; em 2003, “Ricardo Reis. Prosa”, ed. de Manuela Parreira da Silva; e em 2005, “Fernando Pessoa. Poesia 1902-1917” e “Fernando Pessoa. Poesia 1918-1930”, ed. de Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas e Madalena Dine.

Na colecção “Páginas de Fernando Pessoa” , a Assírio & Alvim publicou em 2003 “Canções de beber. Ruba’yiat na Obra de Fernando Pessoa”, ed. de Maria Aliete Galhoz, com uma nota prévia de Halima Naimova; “Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal”, ed. de Richard Zenith, com a colaboração de Manuela Parreira da Silva e trad. de Manuela Rocha; Fernando Pessoa. Aforismos e Afins”, ed. de Richard Zenith, trad. de Manuela Rocha.

Richard Zenith, numa iniciativa editorial inédita, publicou em 2006 e 2007 no Círculo de Leitores a “Obra Essencial de Fernando Pessoa”, em sete volumes, três de poesia e quatro de prosa: “Livro do Desassossego”, “Poesia do Eu”, “Prosa Publicada em Vida”, “Poesia dos Outros Eus”, “Prosa Íntima e de Autoconhecimento” (com traduções de Manuela Rocha), “Poesia Inglesa” (traduzida por Luísa Freire) e “Cartas”.

 

EDIÇÕES CRÍTICAS

A primeira edição crítica de poemas de Fernando Pesoa foi a de Ivo Castro que, em 1986, publicou em edição facsimilada “Fernando Pessoa. O manuscrito de O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro” (Publicações Dom Quixote). Em 1988, a Biblioteca Nacional-Casa da Moeda publicou “Texto Crítico das Odes de Fernando-Pessoa-Ricardo Reis. Tradição impressa revista e inéditos”, de Silva Bélkior. Teresa Rita Lopes fez, em 1993, a primeira edição crítica da obra de Álvaro de Campos: “Álvaro de Campos. Livro de Versos” (Editorial Estampa) reproduzida em 2002 sob o título “Álvaro de Campos. Poesia” (Assírio & Alvim). O volume “Fernando Pessoa. Mensagem. Poemas Esotéricos” foi publicado na Colecção Archivos em 1993, contendo a edição crítica da “Mensagem” e de 64 poemas esotéricos, da autoria, respectivamente, de José Augusto Seabra e de Maria Aliete Galhoz. Em 1997, Maria Aliete Galhoz publicou, em tiragem limitada, a edição crítica dos “Ruba’iyat” de Fernando Pessoa, reproduzindo os textos no volume “Fernando Pessoa. Canções de Beber. Ruba’yiat na obra de Fernando Pessoa” (Assírio & Alvim, 2003).

 

A publicação da “Edição Crítica da Obra de Fernando Pessoa”, a cargo do "Grupo para o Estudo do Espólio e Edição Crítica da Obra Completa de Fernando Pessoa" ("Equipa Pessoa"), teve o seu início com o Volume Zero, editado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda em 1988, contendo “Fernando Pessoa. A Passagem das Horas”, em edição de Cleonice Berardinelli. Por ordem de publicação, seguiram-se-lhe “Poemas de Álvaro de Campos”, ed. de Cleonice Berardinelli (1990); “Poemas Ingleses. Antinous, Inscriptions, Epithalamium, 35 Sonnets”, ed. de João Dionísio (1993);, “Poemas de Ricardo Reis”, ed. de Luiz Fagundes Duarte (1994); “Quadras”, ed. de Luís Prista (1997) e “Poemas Ingleses. Poemas de Alexander Search”, ed. de João Dionísio (1997); “Poemas Ingleses. The Mad Fiddler”, ed. de Marcus Angioni e Fernando Gomes (1999), “Poemas de Fernando Pessoa 1934-1935”, ed. de Luís Prista (2000); “Poemas de Fernando Pessoa 1921-1930”, ed. de Ivo Castro (2001): “Obras de António Mora”, ed. de Luís Filipe B. Teixeira, 2002); “Poemas de Fernando Pessoa 1931-1933”, ed. de Ivo Castro (2004); “Poemas de Fernando Pessoa 1915-1920”, ed. de João Dionísio (2005); “Obras de Jean Seul de Meluret”, ed. de Rita Patrício e Jerónimo Pizarro (2006); e “Escritos sobre Génio e Loucura”, ed. de Jerónimo Pizarro (2006). Em Novembro de 2007, estão em vias de publicação “Poemas de Fernando Pessoa até 1914”, “Mensagem e Poemas Publicados em Vida” e “Poemas de Alberto Caeiro”. O modelo adoptado pela “Equipa Pessoa” para o estabelecimento do texto pessoano (explicitado por Ivo Castro em “Editar Pessoa”, vol. I da Colecção "Estudos" da Edição Crítica, 1990), bem como algumas leituras de poemas, levantaram uma polémica em que foram principais intervenientes Ivo Castro, Cleonice Berardinelli e Teresa Rita Lopes. Refira-se, por fim, a publicação na referida colecção “Estudos”, de “Cartas entre Fernando Pessoa e os directores da presença, volume organizado por Enrico Martines.

 

Tudo indica que, ainda por largos anos, a edição de Fernando Pessoa em Portugal continuará a ser um permanente work in progress, tal como a própria obra do Poeta o foi em vida dele.

 

 

José Blanco