Revista do Porto, publicada em 1924 numa primeira série com capa de desenho geométrico à maneira modernista, revestindo a partir de 1925 até Janeiro de 1926, quando acaba, um aspecto gráfico mais de acordo com a tradição. É dirigida por Artur Marques de Carvalho, Vasco Rodrigues e, na primeira série, Heitor Campos Monteiro, depois substituído por Horácio de Castro Guimarães. Publica, entre outros, Teixeira de Pascoaes, Mário Beirão, Visconde de Villa-Moura, Américo Durão, e ainda um conto naturalista de Francisco Bugalho e desenhos de António Carneiro. No início de 1925 e da 2.ª série, a revista integra-se «em espírito no movimento nacionalista». Lança então um inquérito sob o título «Momento Nacionalista», e recebe largas saudações dos integralistas Hipólito Raposo e Alfredo Pimenta. Curioso notar que certas respostas a esse inquérito referem como eminente a revolução de 28 de Maio que haveria de ocorrer em 1926. Por exemplo, Carlos Malheiro Dias profetiza, com uma clareza e um acerto inesperados: «Falta apenas o homem dotado de génio político capaz de dar uma organização activa a esse movimento latente. A Mocidade e a Inteligência portuguesa estão preparadas, como na Itália pré-fascista, para aceitar o governo clássico da ditadura de Qualidade (da élite) oposto ao poder maléfico da Quantidade». Apesar de todos os seus apelos, a revista entra em falência por falta de assinantes.  

 

 

Fernando Cabral Martins