Médico, político e jornalista, foi deputado e Ministro da Instrução (responsável, nesta qualidade, pela apresentação de uma proposta de lei que unificava os estudos, desde a escola primária à universidade). Lança e dirige Eh Real!, panfleto semanal de crítica e doutrina política (número único, de 13-5-1915), em cuja «Apresentação» se promete «um combate desassombrado e violento», uma postura «revolucionária», contra tudo o que «represente prejuízo social»: o exército, os partidos das direitas, o monarquismo, a cobardia. Pessoa colabora com o artigo «O Preconceito da Ordem», tomando distância das «teses dos neomonárquicos» (subentenda-se integralistas). O relacionamento de João Camoesas e F. Pessoa mantém-se muito próximo, pelo menos até 1921, como se pode comprovar por uma carta de 30 de Maio, na qual o poeta, então devotado a um negócio de compra e venda de minas de que dá conta com algum pormenor ao amigo, pede a Camoesas que o ponha em contacto com um eventual interessado, seu companheiro de Câmara, o deputado do Partido Republicano Português, Jaime de Andrade Vilares.
Manuela Parreira da Silva