(1880 – 1960)

Poeta, conferencista, pedagogo e político, foi professor de liceu e director do Ensino Primário, director-geral do Ensino Secundário e Ministro dos Negócios Estrangeiros, durante a 1ª República. Tem uma vasta obra publicada, de que se salientam os poemas dramáticos Anteu (1912)e D. João Sísifo (1924), para além de livros de versos, de cariz saudosista e exaltação patriótica, como Ansiedade (1914), Ode à Bélgica (1914), Oração à Pátria (1917), Ritmo de Exaltação (1922) e obras doutrinárias e de divulgação, como A Escola e o Futuro (1908), A República e a Escola (1914), Educação Republicana (1916), Pátria Esquecida (1935), Os Deuses do Olimpo e Heróis da Grécia Antiga (1936), Pequena História da Poesia Portuguesa (1941). Colaborou e dirigiu as revistas Arte & Vida (1904-1906) e Atlântida (1915-1920). Adaptou, em prosa, visando um público infantil, os grandes textos clássicos: Os Lusíadas, A Odisseia, A Eneida, Viriato Trágico, Viagens de Gulliver. É precisamente a adaptação das obras de Camões, Virgílio e Homero que o torna alvo da ironia de Pessoa. No rascunho de uma carta a Mário de Sá-Carneiro, escrita provavelmente em 1913, depois da publicação do artigo «O Teatro-Arte» (in jornal O Rebate, de 28 de Novembro desse ano), no qual Sá-Carneiro ataca fortemente João de Barros, chamando-lhe «poeta optimista da Instrução Pública», Pessoa escreve: «Pois v. não vê que para esta gente o apreciar v, precisa ou fazer conferências ou plagiar como o J. de B.» (Correspondência, I p. 102). Pessoa dedicou ainda a João de Barros um artigo intitulado «Algumas considerações sobre a obra do sr. João de Barros», na revista Teatro: Jornal d’Arte, nº 2, de 29 de Novembro de 1913, inserido na sua coluna crítica Balança de Minerva. Infelizmente, ainda não foi possível encontrar este número da revista, bem como o seu nº 3, onde Pessoa publicou também o artigo «Palqueiros».

 

 

Manuela Parreira da Silva