Jornalista e escritor, foi ordenado padre, mas poucos anos depois abandonou a vida eclisiástica. Posteriormente, formou-se em Direito, em Coimbra, chegando a  dedicar-se à advocacia. Em 1921, depois de colaborar em jornais como A Capital e A Pátria, fundou o Diário de Lisboa, que dirigiu até morrer, escrevendo principalmente os editoriais e comentários da primeira página. Publicou Alma Inquieta (1913), Portugal Perante o Mundo Latino (1916), Livro das Moralidades (1917), O Efémero e o Eterno (1918), O Fulgor das Cidades (1924), Manoel (1936), Pedras para a Construção do Mundo (1936), Fábulas (1936), Malícia sem Maldade (1937), Consciência Nua e Abandonada (1938), Primavera da Lenda (1938), Cartas a João Venâncio (1940) e O Pórtico e a Nave (1943).  Associado normalmente ao grupo «lepidóptero» de João de Barros, Sousa Pinto, Júlio Dantas ou Afonso Lopes Vieira, é apelidado por Pessoa e Sá-Carneiro de Reverendo Manso e alvo da troça dos dois em diversas ocasiões. É o caso do artigo de Sá-Carneiro, «O Teatro-Arte», inserido no jornal O Rebate, de 28-11-1913, e do comentário que este merece a Pessoa numa carta-rascunho, provavelmente da mesma altura: «Pois v. não vê que para esta gente o apreciar v. precisa ou fazer conferências ou plagiar como o J. de B., asnear na capital como o Manso que veio de Coimbra» (C I 102). No entanto, participou em banquetes modernistas, como o oferecido a Ramón Gómez de la Serna em 31 de Janeiro de 1925, e teve livros seus ilustrados por Almada, como O Fulgor das Cidades, Fábulas, Primavera da Lenda e O Pórtico e a Nave.

 

 

Manuela Parreira da Silva

(rev. 2020)