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Fernando Pessoa - Literary Theory

This digital edition of texts by Fernando Pessoa deals with the set of poetic theorizing writings from hisArchive and brings together essays, comments, notes, sketches and fragments about literature from the Portuguese author. The documents transcribed are in Fernando Pessoa’s Archive in the custody of the National Library of Portugal, with quota E3. All facsimiles are accompanied by a critical lesson and a paleographic transcription, which is available for download in the “PDF” field.

 

 

Medium
Fernando Pessoa
BNP-E3, 19 - 4
BNP-E3, 19 - 4
Fernando Pessoa
Identificação
Goethe

[19 – 4]

 

Goethe.

 

O homem de génio é um intuitivo que se serve da inteligência para exprimir as suas intuições. A obra de génio – seja um poema ou uma batalha – é a transmutação em termos de inteligência de uma operação superintelectual. Ao passo que o talento, cuja expressão natural é a ciência, parte do particular para o geral, o génio, cuja expressão natural é a arte, parte do geral para o particular. Um poema de génio é uma intuição central nítida resolvida, nítida ou obscuramente (conforme o talento que acompanhe o génio), em transposições parciais intelectuais. Uma grande batalha é uma intuição estratégica nítida desdobrada, com maior ou menor ciência, conforme o talento do estratégico, em transposições tácticas parciais.

 

O génio é uma alquimia. O processo alquímico é quadruplo: (1) putrefacção, (2) albação, (3) rubificação, (4) sublimação. Deixam-se, primeiro, apodrecer as sensações; depois de mortas, embranquecem-se com a memória; em seguida rubificam-se com a imaginação; finalmente se sublimam pela expressão. 

 

https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/2454
Classificação
Literatura
Dados Físicos
Dados de produção
Português
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Documentação Associada
Fernando Pessoa, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho, Lisboa, Edições Ática, 1966, pp. 123-124.