Frase interessante duma carta do Rogério Perez hoje recebida «... e penso: será a maneira do Sá-Carneiro a quase definitiva, a melhor, a perfeita?... E posso eu julgar o Sá-escritor, o Sá-cosmopolita, o “Sá-Europa”, como o Ramalho e o Eça? Não». (A destacar a expressão Sá-Europa, não acha você?) Para outra vez lhe mandarei as cartas do Pacheco. Não sei onde demónio as meti.
Ignoro se me tem esquecido de lhe responder a qualquer parte das suas últimas cartas. Se assim é perdoe-me e repita-me a pergunta.
Pedido do C. Ferreira: Tomar nota dos títulos das gravuras insertas no volume do Pedro Muralha A Bélgica Heróica. Veja se o pode fazer na livraria.
Escreva-me muito, muito, sim? Diga-me coisas sem importância. É-me tão agradável na presente conjuntura entreter-me com pequeni- nas coisas...
Crei que o Barradas (desenhador) vem muito brevemente para Paris. E o Almada Negreiros? Esse é que me seria muito agradável ver aqui, quanto mais não fosse para fazer escândalos nos cafés... Dê-lhe saudades e diga-lhe isto.
Abrace muito o Pacheco e o Vitoriano.
Conte-me muitas coisas. Escreva-me muito.
Adeus. Mil abraços de toda a alma.
o seu, seu Mário de Sá-Carneiro