Não tenho mais nada a dizer-lhe, infelizmente. Mas você conte-me coisas. O Exílio sempre aparece? Não se esqueça de me enviar imediatamente um n.o caso apareça.
Adeus meu amigo. Responda-me, por amor de Deus larga e brevemente.
Mil saudades e um abraço de toda a Alma.
o seu, seu Mário de Sá-Carneiro
Distribua saudades a quem se me recomenda.
Abrace sobretudo o Pacheco e o Vitoriano.
P. S. ATENÇÃO
Aquelas quadras lamentáveis – eliminando, claro, a da retrete – devem ou não fazer parte do «Colete-de-Forças»? Não se esqueça de mo dizer!
P. S. – Sobre a «Novela Romântica»
A ideia do fantasma às avessas ocorrendo a Heitor entusiasmá-lo-á inspirando-lhe uma grande esperança na beleza da sua própria alma – no provir ampliado da sua alma: na sua grandeza total, afinal de contas. Como o homem da era das máquinas terá saudades talvez do período romântico: ele tem saudades da era em que nascerão os heróis de novelas como é já Estanislau. E sente os dois jactos de beleza fundirem-se-lhe a ouro na sua própria alma. Tudo isto o alcooliza e dimana.
Repito: atinge bem? Não se esqueça de me falar largamente a este respeito!