«O fim de mim embandeirado em arco».
Eram Paris essas bandeiras. E hoje arrearam-nas. Eu próprio as acabei de arrear, partindo incertamente... Tudo isto é muito embrulhado, tolo até, se você quer. Mas não lhe posso explicar melhor – embora talvez haja, quem sabe, outras pequeninas razões. Paris enfim meu amigo era as mãos louras, a ternura enlevada que não teve nunca a minha vida. E hoje bateram-lhe, fecharam-no em casa. Daí o meu sofrimento magoado, amoroso – é verdade: amoroso – ao relembrá-lo... Enfim não sei... não sei... Apenas sei que me sinto como nunca triste, que sou infeliz como nunca... A minha vida hoje é uma porta fechada, sobre um saguão enorme onde se roja o meu tédio. Perdoe-me. Escreva-me em todo o caso na volta do correio para Barcelona. Se já aqui não estiver a carta não se perderá pois ma devolverão para Lisboa. O dia da minha chegada aí telegrafar-lho-ei a seu tempo. Barcelona, detestável quanto a figuração. Nesse sentido terra de província, lepidóptera, só a subgente. Mas belas avenidas e edifícios.