Arquivo virtual da Geração de Orpheu

Mário de Sá-Carneiro

O Arquivo Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), poeta modernista, inclui correspondência, cadernos e manuscritos, bem como a obra publicada no seu tempo de vida. Muitos destes documentos foram reunidos por François Castex, professor e escritor francês, e encontram-se conservados na Biblioteca Nacional de Portugal. Reúne-se aqui também o conjunto das cartas enviadas pelo autor ao seu amigo Fernando Pessoa.

Os documentos completos encontram-se no campo “PDF” e os manuscritos foram transcritos no campo “Edição”. 

 

Medium
Mário de Sá-Carneiro
Esp.115/5_7
Esp.115/5_7
Sá-Carneiro, Mário de
Identificação
Carta a Fernando Pessoa
Carta a Fernando Pessoa

Carta enviada de Paris, no dia 12 de Junho de 1914. 

 

 **

Paris – 12 junho 1914

Em ouro, meu caro Amigo, Paris! – em Ouro!

Então o Santa-Rita, sabe, foi hoje não obstante procurar-me ao Hotel – mas poucas palavras trocámos entrando eu com o meu Pai. O mesmo fato e bonet – como o Pacheco outro dia contava – todo esculpido em trapo – e a voz a mesma e todo o corpo tremia – mas numa tremura onde havia o seu quê de bamboleamento. Enfim dar-lhe-ei novidades. Ó Pessoa, dizia-me, é verdade, o n.º da porta da Renascença para eu mandar o dinheiro ao Álvaro Pinto. Bem e escreva.

Adeus com um grande abraço d’alma – a íris roxo e lume, roçagantemente a cristal

o Sá-Carneiro

Muitos parabéns pelas 26 primaveras amanhã!

 
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/5368
Classificação
Espólio Documental
Correspondência
Dados Físicos
Tinta preta sobre folha lisa e sobrescrito.
Dados de produção
1914 Jun 12
Inscrita.
Fernando Pessoa
Português
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Bom
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Paris
Álvaro Pinto
Carlos Augusto de Sá-Carneiro
Santa-Rita
Documentação Associada
Sá-Carneiro, Mário de, Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, ed. Manuela Parreira da Silva, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
Esp.115
Na transcrição das cartas: a ortografia foi actualizada e as gralhas evidentes corrigidas, mantendo, contudo, as elisões com apóstrofo e todas as singularidades da pontuação usada por Mário de Sá-Carneiro, bem como a forma original das datas, muitas vezes com o nome dos meses em letra minúscula ou abreviado. O título da revista Orpheu foi mantido na forma sempre usada por Sá-Carneiro – Orfeu. Foram mantidas, igualmente, as versões de versos e de outros trechos literários mais tarde corrigidos ou refundidos pelo poeta.