Vai juntamente uma poesia que ontem concluí «Taciturno» (numa acepção paralela à dos «nocturnos» em música ou poesia). Diga-me a sua impressão – e o que é preferível: se manter o verso
«Veladas d’armas ainda em arraiais d’olvido»
um tanto incorrecto quanto a metrificação pois é preciso contar o ainda como 2 sílabas – ou trocá-lo por este, certo
«Manhãs d’armas ainda em arraiais d’olvido»
De resto o 1.o soa-me bem e acho-o talvez mais belo.
Mas você dirá!
É muito possível, mesmo certa, a minha próxima partida para Lisboa! Escrevo ao mesmo tempo a pedir dinheiro para o meu regresso imediato – e, para Lourenço Marques, ao meu Pai, pedindo-lhe para ir para o pé dele. Vê, as minhas resoluções...
Estou muito triste, muito triste! Tenha dó de mim!
Dê-me notícias suas com a maior urgência.
E receba mil abraços, mil saudades do seu, muito seu
Mário de Sá-Carneiro
Em todo o caso não conto chegar a Lisboa antes dos primeiros dias de Setembro.
Dê-me notícias suas!...
Enviei-lhe um telegrama no dia 15.