Pasmoso o lepidopterismo do M. N. de Melo! E julgam-se artistas singulares, incompreendidos, tais malandros!... A propósito do Pessanha: logo que puder, mas logo, rogo-lhe muito que me envie os versos a que alude. Fico ansioso por eles. E pedia-lhe, mais uma vez abusando, que, quando tiver vagar, me envie uma cópia do soneto à mãe e mesmo doutras coisas que eu já conheço, pois é para mim um grande prazer reler esses admiráveis poemas. A Europa! a Europa! Como ela seria necessária!... Fico também ansioso, sôfrego, pelas obras literárias suas e dos seus «manos» que me anuncia. Por tudo lhe peço que não as demore!... (você tem razão: o paulismo é qualquer coisa de enorme em face do fenómeno do Santos!) Dê saudades minhas a toda a essa gente que está para me escrever: Carlos de Oliveira, Vitoriano e Côrtes-Rodrigues. Aos dois últimos, vincadamente. Interessantíssimo o que de psicológico me diz de Si nesta carta. Apenas doloroso – por isso lamento essas linhas. De resto compreendo muito bem o «estado» que descreve o que tanta vez eu sinto. Peço-lhe desculpa de o estar sempre a incomodar com pedidos de cópias das suas obras, do Pessanha etc. Mas creio que você me desculpa... E repito que espero em ânsia dourada tudo isso... E francamente não sei que mais lhe diga...
Abraços ao Pacheco, de quem hoje recebi carta. Até breve, largamente – espero: em resposta, as suas obras.
Mil abraços.