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Fundo
Mário de Sá-Carneiro
Cota
Esp.115/4_36
Imagem
Bilhete-postal a Fernando Pessoa
PDF
Autor
Sá-Carneiro, Mário de

Identificação

Titulo
Bilhete-postal a Fernando Pessoa
Titulos atríbuidos
Bilhete-postal a Fernando Pessoa
Edição / Descrição geral

Bilhete-postal enviado de Paris, a 5 de Maio de 1913. 

 

**

Aí vai outro n.º da Dispersão acabado agora: «Estátua falsa»

 

Só d’ouro falso os meus olhos se douram;

Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minh’alma desceu veladamente.

 

Na minha dor quebram-se espadas d’ânsia,

Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram;

Como Ontem, para mim Hoje é distância.

 

Já não estremeço em face do segredo;

Nada me aloira já, nada me aterra;
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!

 

Sou estrela ébria que perdeu os céus,

Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,

Estátua falsa ainda erguida ao ar...

 

Paris = 5 de maio 1913

Nota – A 1.ª quadra é a orquestração duma frase em prosa que lhe enviei como sendo do «Além».

 

Abraços e desculpas do

Sá-Carneiro

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/5275

Classificação

Categoria
Espólio Documental
Subcategoria
Correspondência

Dados Físicos

Descrição Material
Tinta preta sobre bilhete-postal ilustrado.
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
1913 Maio 5
Notas à data
Inscrita.
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Fernando Pessoa
Idioma
Português

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Bom
Proprietário
Biblioteca Nacional de Portugal
Historial

Palavras chave

Locais
Paris
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Sá-Carneiro, Mário de, Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, ed. Manuela Parreira da Silva, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
Exposições
Itens relacionados
Esp.115/4
Bloco de notas
Na transcrição das cartas: a ortografia foi actualizada e as gralhas evidentes corrigidas, mantendo, contudo, as elisões com apóstrofo e todas as singularidades da pontuação usada por Mário de Sá-Carneiro, bem como a forma original das datas, muitas vezes com o nome dos meses em letra minúscula ou abreviado. O título da revista Orpheu foi mantido na forma sempre usada por Sá-Carneiro – Orfeu. Foram mantidas, igualmente, as versões de versos e de outros trechos literários mais tarde corrigidos ou refundidos pelo poeta.