Virtual Archive of the Orpheu Generation

Mário de Sá-Carneiro

The Virtual Archive of Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), modernist poet, includes his correspondence, notebooks, manuscripts and published work during his lifetime. Most of these documents were gathered by François Castex, French intellectual, and are kept at the National Library of Portugal. Also included here are letters sent by the author to his great friend Fernando Pessoa.

The full documents can be found in the 'PDF' box and the manuscripts have been transcribed in the 'Edition' box. 

 

 

Medium
Mário de Sá-Carneiro
Esp.115/4_23
Esp.115/4_23
Sá-Carneiro, Mário de
Identificação
Carta a Fernando Pessoa
Carta a Fernando Pessoa

Carta a Fernando Pessoa, enviada de Paris, a 26 de Fevereiro de 1913. Inclui o poema "Simplesmente". 

 

21

Paris – fevereiro de 1913

Dia 26

Meu querido amigo,

 

Eu aviso-o d’antemão que isto vai ser uma catástrofe! Uma carta sem fim, quero dizer. Toca a apertar a letra por causa da franquia.

Vai junto uma poesia. Peço-lhe que a leia ao chegar a este ponto, avisando-o unicamente que não se assuste nem com o título nem com as primeiras quadras naturais. A poesia, ao meio, vira em parábola para outras regiões. Peço-lhe que a leia já porque é mais fácil depois ler o que sobre ela escrevo agora. Mesmo para não tomar conhecimento dela já desflorada pelas citações que vou fazer. Aqui é que é a leitura......................................

......................................................................

Eu gosto dos versos que o meu amigo teve a pachorra de acabar de ler. Não lhes dou importância, não os amo – gosto, apenas – porque, por razoáveis que sejam, não são versos escritos por um poeta. Logo, são maus versos.

Se gosto deles é por o seguinte – encontro-os verdadeiros. Os crepúsculos que ainda nos prendem à terra – àqueles que sonhamos – e nos fazem sentir um vago pesar pela facilidade – porque é fácil e quente e cariciosa: «Naquela vida faz calor e amor». Mas logo a reacção em face do triunfo maior – a carreira ao ideal. Mais alto, sempre mais alto. Vida e arte, no artista confundem-se, indistinguem-se. Daí a última quadra «A tristeza de nunca sermos dois» que é a expressão materializada, da agonia da nossa glória, dada por comparação. Eu explico melhor. A minha vida «desprendida», livre, orgulhosa, «farouche», diferente muito da normal, apraz-me e envaidece-me. No entanto em face dos que têm família e amor banalmente, simplesmente, diariamente, em face dos que conduzem pelo braço uma companheira gentil e cavalgam os carrousséis, eu sinto muito vez uma saudade. Mas olho para mim. Acho-me mais belo. E a minha vida continua. Pois bem, esses, são a arte da vida, da natureza. Não cultivar a arte diária é fulvamente radioso e grande e belo, mas custa uma coisa semelhante ao que custa não viver a vida diária: «A tristeza de nunca sermos dois.» Compreende bem o que eu quero dizer? Eis pelo que fechei a poesia com essa quadra aparentemente frouxa e imprópria. Há versos que me agradam muito, porque me encontro neles. Assim «viajar outros sentidos, outras vidas, numa extrema-unção d’alma ampliada» é simplesmente o «Homem dos Sonhos». Não acha? (Está-me a achar é muito pouco modesto. Perdoe.) E pelo orgulho desmedido gosto deste verso «Vêm-me saudades de ter sido Deus». Isto é: em face do turbilhão de maravilhas em que o meu espírito se lança eu quase julgo que um dia fui Deus – e desse meu estado me vêm saudades – como se na verdade O tivesse sido. Peço-lhe que leia com a atenção máxima as quadras da 2.ª parte. Todas as palavras foram «pesadas». Não há lá «verbos de encher». Assim este verso: «Sou labirinto, sou licorne e acanto» aparentemente disparatado, não é atendendo que licorne é um animal heráldico e fantástico, acanto (a folha de acanto) o motivo característico dum estilo arquitectónico – isto é beleza plástica – labirinto, emaranhamento. Logo eu quero tratar, entendo que se devem tratar, coisas emaranhadas, erguidas e infinitas, fantásticas e ao mesmo tempo esculpir beleza plástica nas frases. Não trabalhar só com ideias – trabalhar também com o som das frases. Não escrever só – edificar. Mas calo-me pois sei que um espírito como o seu compreende melhor tudo isto do que o próprio que as escreveu. E mes- mo para não ser como o nosso Ramos... Repito: Não dou importância alguma aos meus versos. Como há escritores que nas suas horas vagas são pintores eu, nas minhas horas vagas, sou poeta – na expressão de escrever rimadamente, apenas. Eis tudo. Se não desgosto destas quadras é pelo que elas dizem, não pelo que elas cantam. Logo a sua opinião inteira e rude – despida de perífrases, de todas as perífrases visto tratar-se dum mero diletantismo.

Felizmente ando agora com forças literárias. Muito brevemente lhe enviarei o «Homem dos Sonhos» (dentro de 3 semanas ou um mês, entanto). A seguir concluirei o «Além». As suas notas sobre os trechos que lhe enviei são justificadíssimas e elas vêm-me bem provar a agudeza genial do seu espírito. Desagradava-me, não sabia porquê, a frase «O ar naquela tarde era beleza e paz». Você explicou-me porquê. Cortei-a simplesmente. Quanto à frase «que me sorria tão perto» – já a emendara para «que tumultuava tão perto». «Um pouco mais e brotar-me-iam asas» é que ainda estimo um pouco. Mas você está de fora, e deve ter razão. Entretanto não vejo bem o prosaísmo dela; achando interessante ainda esta maneira de exprimir um alegria infinita, um entusiasmo dourado. Você, peço-lhe de joelhos, nunca faça «cerimónias» comigo; diga-me sempre o que pensa sem medo. É isso que eu quero e d’alma lhe agradeço. É o maior serviço que me pode prestar. Se soubesse como eu estimo o seu espírito, como erguidamente o coloco... Hoje, meu querido Fernando, você é uma das pessoas que mais estimo – não que mais estimo espiritualmente – que mais estimo, dum bloco. Portanto, fale-me como a si próprio. Do «Além» já tenho outro trecho – o começo da queda – que me agrada muito mas não envio hoje por ainda não estar convenientemente desbravado e o assunto hoje abundar. Dos seus admiráveis versos falo mais longe pois tendo que dar breve um intervalo a esta carta, é preferível falar de coisas menos importantes aqui. Logo o espírito estará mais descansado.

Seguem-se umas constatações interessantes.

Pela primeira vez na minha vida tive ocasião de experimentar temperaturas muito baixas 0º a -4º. E quer saber? A sensação que tive foi de não ter frio. Mas simplesmente de o ver, de sentir dentro de mim um elemento novo que seria o frio – o Frio – mas que não me esfriava a carne. E no ar, eu via o frio – como aliás nos dias de grande calor, em Lisboa, tenho visto o calor – embora o sinta bem como calor, e não dentro de mim como «coisa» – segundo constatei com o frio.

A respeito destas «coisas» que sentem em nós devo-lhe dizer que por vezes me parece que dentro de mim falta uma coisa, uma coisa que os outros têm. E daí talvez as minhas horas descorajadas, abomináveis. Inexplicavelmente, essa coisa que me falta parece-me ser – um ponto de referência, sem propriamente saber explicar o que quero exprimir com esta frase.

Vi outra noite na Comédia Francesa o célebre Antony do Alexandre Dumas – marco do ultra-romantismo. Foi bizarra a impressão que trouxe desse espectáculo. Naquela turbamulta de tiradas grandíloquas, na «demasiada» cena final, no decantado «Esta mulher resistia-me, assassinei-a», em tudo isso que faz assomar um sorriso ao espectador d’hoje e que outrora provocava torrentes de lágrimas desde o galinheiro à orquestra – em tudo isso, de longe em longe, eu entrevi beleza – uma beleza parelha daquela que nós amamos – uma ampliação, um lançamento no infinito, no azul, na irrealidade – logo, no além – pela exageração última da realidade. E assim, um remoto elo de parentesco entre o ultra-romantismo e nós (não entre o simples romantismo e nós). Apenas nós construímos irreal, com irreal e eles só se serviam do real. Procediam do exterior. Nós vivemos no interior, no foco. Isto parece disparatado, não é verdade? Entanto eu creio não divagar. Se você assistisse à representação (a simples leitura não basta) desta obra – que hoje só vale como «história retrospectiva» do teatro, eu julgo que você me compreenderia.

Já que entramos na Comédia Francesa, sempre o levo ao Odéon para lhe contar uma ideia muito bela que encontrei numa peça dum estreante, André Fernet, intitulada La Maison Divisée e dada ao público exclusivamente literário das matinées de sábado. Trata-se do seguinte: Dois adversários combatem por dois ideais totalmente opostos. Vencedor e vencido, ei-los em frente. O vencido pode agora esmagar o vencedor; o vencedor desprezar o vencido. E pouco a pouco vêem que não têm esse direito. Eles estão muito próximos um do outro – são os que estão mais próximos. Eles lutaram com a mesma unção, o mesmo vigor, a mesma consciência. E no fundo, o objecto que perseguiam era o mesmo – o bem, a beleza – o futuro. Logo... A ideia é outra... Mas positivamente outra? Mais exteriormente apenas outra... As ideias no fundo diferem pouco... Para quê? Para quê?... E uma desolação horrível nos invade ao constatarmos que o mais próximo, o mais semelhante a nós – é o nosso adversário. Não acha isto belo – aliás pessimamente explicado por mim.

 

Aqui agora existe o intervalo

 

2 horas após, tendo jantado

 

Acerca dos seus versos eu tenho medo de falar. Por dois motivos estreitamente parentes. É que precisava de lhe escrever tais coisas, tais palavras que o meu amigo – à força de grandes – poderia, na sua modéstia, julgar exageradas ou então, paga dos seus elogios que eu creio muito sinceros. E isto seria horrível. Os seus versos meu querido Fernando são uma maravilha, acredite-me, creia-me, por amor de Deus faça-me a justiça de acreditar e de acreditar que os atinjo e, sobretudo, que sou sincero. «O Braço sem Corpo» é uma das coisas maiores, mais perturbadoras, extra-humanas – infinitas, ampliadas que eu conheço. É bem o que nos meus versos eu quero que o artista seja. Os dois primeiros versos das duas primeiras quadras são coisas estranhamente admiráveis mas sobretudo a última estrofe fez-me tremer num calafrio alucinador de beleza e de mistério. Eu creio que dificilmente se pode devassar em mais profundeza o desconhecido, dar melhor a ânsia, a perturbação. Coisas como essas não se apreciam, veneram-se. Devo-lhe dizer que a «Voz de Deus» me agrada muito menos e que se cabe na classificação em que o englobei com o «Braço sem Corpo» é, quanto a mim, por causa desse verso magistral: «Ó universo, eu sou-te.» As três últimas estrofes acho-as muito inferiores ao restante, mesmo levando em conta a beleza do «ser mente em ti eu sou-me». A interrogação sobre «Que é este archote, que mão tem o guia» é muito pouco, quase nada em face do resto. O resto nunca se viu. Archotes a fulgurar em mão desconhecida já há quem os tenha visto. Em resumo: genial, maravilha completa, sem uma queda é o «Braço sem Corpo»; poesia de valor com dois versos admiráveis e um genial a segunda. Em ambas as poesias você faz o que eu exprimo duramente e num verso feio quanto à forma: «Forçar os turbilhões aladamente».

Eis meu caro amigo a minha opinião sincera, completa. Só lhe rogo que as palavras que eu escrevo não o façam ser indulgente para os meus escritos. Eu tenho um medo horrível do elogio mútuo.

Ainda acerca da minha poesia lhe quero dizer o seguinte:

Eu sei que você condena a 1.ª parte e eu mesmo reprovo a maneira em que ela é talhada. Mas não podia deixar de ser assim. Com efeito o que eu sobretudo quis dar foi a antítese entre a arte real (1.ª parte) e o idealismo (2.ª). Daí propositadamente suscitei o choque. Liniariamente a minha poesia pode-se representar assim:

Isto é: Vem do real, tem uma inflexão perturbada e fugitiva para o irreal, tendo longinquamente nova inflexão para o real, impossível porém já de a atrair.

Uma nota: O meu livro (Princípio) cabe na arte que eu aconselho. Apesar do erro das digressões e da realidade da forma, explora, não infinito, mas loucura – que é um outro infinito. É «asa longínqua a sacudir loucura, nuvem precoce de subtil vapor» se não viaja outros sentidos. Aliás, ampliação completa há numa das coisas menos valorosas do livro: «Página dum Suicida». É justamente alguém que à força quer partir para o desconhecido – a morte. Esta «justificação» é uma coquetterie que você perdoará. Mas não acha que é verdade o que eu digo? Mesmo o Mário Beirão observou-me isto quando me disse as suas impressões sobre o meu volume.

Rogo encarecidamente que me responda muito breve, mesmo resumidamente, sobretudo a impressão sobre os versos. Faz-me isto, sim? É que fico ansioso pela sua opinião.

Ir para o Algarve, olhe que talvez lhe fizesse bem. Mas se for não se esqueça de mo dizer para eu saber aonde lhe dirigir as minhas cartas. O Ramos já surgiu por Lisboa?
Desculpe-me, creia na minha estima e admiração por si e pelas suas obras e conte-me no número dos seus maiores amigos.

Um grande, grande abraço.
o
Sá-Carneiro

 

Responda breve!!

... 50, rue des Écoles.

 

**** 

SIMPLESMENTE…

 

Em frente dos meus olhos, ela passa

Toda negra de crepes lutuosos.

Os seus passos são leves, vigorosos;

No seu perfil há distinção, há raça.

 

Paris. Inverno e sol. Tarde gentil.

Crianças chilreantes deslizando…

Eu perco o meu olhar de quando em quando,

Olhando o azul, sorvendo o ar de abril.

 

… Agora sigo a sua silhueta

Até desapar’cer no boulevard,

E eu que não sou nem nunca fui poeta,

Estes versos começo a meditar.

 

Perfil perdido… Imaginariamente,

Vou conhecendo a sua vida inteira.

Sei que é honesta, sã, trabalhadeira,

E que o pai lhe morreu recentemente.

 

(Ah! como nesse instante a invejei,

Olhando a minha vida deplorável — 

A ela, que era enérgica e prestável,

Eu, que até hoje nunca trabalhei!…)

 

A dor foi muito, muito grande. Entanto

Ela e a mãe souberam resistir.

Nunca devemos sucumbir ao pranto;

É preciso ter força e reagir.

 

Ai daqueles — os fracos — que sentindo

Perdido o seu amparo, o seu amor,

Caem por terra, escravos duma dor

Que é apenas o fim dum sonho lindo.

 

Elas trabalham. Têm confiança.

Se às vezes o seu pranto é mal retido,

Em breve seca, e volta-lhe a esp’rança

Com a alegria do dever cumprido.

 

Assim vou suscitando, em fantasia,

Uma existência calma e santa e nobre.

Toda a ventura duma vida pobre

Eu compreendo neste fim de dia:

 

Para um bairro longínquo e salutar,

Uma casa modesta e sossegada; 

Seis divisões (a renda é limitada),

Mas que gentil salinha de jantar…

 

Alegre, confortável e pequena;

Móveis úteis, sensatos e garridos…

Pela janela são jardins floridos

E a serpente aquática do Sena.

 

Respira-se um aroma a gentileza

No jarro das flores, sobre o fogão.

Quem as dispôs em tanta devoção,

Foram dedos de noiva, com certeza.

 

Ai que bem-estar, ai que serenidade…

A fé robusta dispersou a dor…

Naquela vida faz calor e amor,

E tudo nela é paz, simplicidade!

 

*

 

Sinto quási desejos de fugir

Ao mistério que é meu e me seduz.

Contenho-me porém. A sua luz,

Não há muitos que a saibam reflectir.

 

A minh’alma nostálgica de além,

Cheia de orgulho, ensombra-se entretanto,

Aos meus olhos ungidos sobe um pranto

Que tenho a força de evitar também.

 

Sei reagir. A vida, a natureza,

Que valem prò artista? Coisa alguma.

O que devemos é saltar na bruma,

Correr no azul à busca da beleza.

 

É subir, é subir além dos céus

Que as nossas almas só acumularam,

E prostrados rezar, em sonho, ao Deus

Que as nossas mãos d’auréola lá douraram.

 

É partir sem temor contra a montanha,

Cingidos de quimera e d’irreal;

Brandir a espada fulva e medieval,

A cada aurora acastelando em Espanha.

 

É suscitar as cor’s endoidecidas,

É ser garra imp’rial enclavinhada,

E numa extrema-unção d’alma ampliada,

Viajar outros sentidos, outras vidas.

 

Ser coluna de fumo, astro perdido,

Forçar os turbilhões aladamente,

Ser ramo de palmeira, água nascente,

E arco d’ouro e chama distendido…

 

Asa longínqua a sacudir loucura,

Nuvem precoce de subtil vapor,

Ânsia revolta de mistério e olor,

Sombra, vertigem, ascensão — Altura!

 

E eu dou-me todo neste fim de tarde

À espira aérea que me ascende aos cumes.

Doido d’esfinges, o horizonte arde,

Mas fico ileso entre clarões e gumes!…

 

Miragem roxa de nimbado encanto — 

Sinto os meus olhos a volver-se em espaço!

Alastro, venço, chego e ultrapasso,

Sou labirinto, sou licorne e acanto!

 

Sei a Distância, compreendo o ar;

Sou chuva d’ouro e sou espasmo de luz;

Sou taça de cristal lançada ao mar,

Diadema e timbre, elmo real e cruz!…

 

 

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O bando das quimeras longe assoma...

Que apoteose imensa pelos céus!…

A cor já não é cor — é som e aroma!

Vêm-me saudades de ter sido Deus…

 

*

 

Ao triunfo maior, avante pois!

O meu destino é outro — é alto e é raro.

Unicamente custa muito caro:

A tristeza de nunca sermos dois…

 

Paris — fevereiro de 1913.

 

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Classificação
Espólio Documental
Correspondência
Dados Físicos
Tinta preta sobre 8 folhas pautadas e sobrescrito + tinta preta sobre 4 folhas quadriculadas (com o poema).
Dados de produção
1913 Fev 26
Inscrita.
Fernando Pessoa
Português
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Bom
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Paris
Documentação Associada
Sá-Carneiro, Mário de, Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, ed. Manuela Parreira da Silva, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
Esp.115/4
Na transcrição das cartas: a ortografia foi actualizada e as gralhas evidentes corrigidas, mantendo, contudo, as elisões com apóstrofo e todas as singularidades da pontuação usada por Mário de Sá-Carneiro, bem como a forma original das datas, muitas vezes com o nome dos meses em letra minúscula ou abreviado. O título da revista Orpheu foi mantido na forma sempre usada por Sá-Carneiro – Orfeu. Foram mantidas, igualmente, as versões de versos e de outros trechos literários mais tarde corrigidos ou refundidos pelo poeta.