Identificação
[BNP/E3, 145 – 100]
II
Prepara-se em Portugal uma renascença extraordinária, um ressurgimento assombroso. Primeiro, dentro ao meio – mostra-o a analogia que a nossa análise impõe – deve criar-se uma grande literatura, cuja amorosa é a arte poética portuguesa como actualmente está. Depois virá a realização civilizacional; virão os grandes homens de acção que criarão na vida nacional a vindoura civilização portuguesa. Sonho? Devaneio? Mas se o raciocínio o impõe! Se a análise o torna iniludível. Sursum corda! Tenhamos fé no futuro que ele não nos desmentirá! Não pode haver dúvidas sobre a analogia, que ajuntámos, entre o actual período poético e os grandes períodos literários que precedem os períodos grandes da criação civilizacional. Tenhamos fé. A maior das crises, o mais horroroso dos desastres não pode arrancar ao Portugal presente o |*civilizado| Portugal futuro.
E se possível fosse analisar este artigo, que mais mostramos para uma alegria afincada no futuro o raciocínio não murcharia! Que conclusões nos é forçoso tirar deste facto supremo: que {…}
Sursum corda! Deixem falar a Alemanha, a Inglaterra, a França. Deixem que hoje seja deles. Amanhã será nosso. E o amanhã que será nosso será maior, mais distinto, mais forte que o reles e ignóbil hoje |*ante este tempo| {…}
Em nenhuma outra parte se dá forma literária comparável a esta, que é nossa. Ante nenhuma outra forma real se dará comparável àquela que nossa será.