Imprimir

Medium

Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14-4 – 81
Imagem
[Apontamentos sobre literatura]
PDF
Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
[Apontamentos sobre literatura]
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 144 – 81]

 

{…} estilos, a súbita explícita e implícita e figura imprópria para regra e modelo de composições poéticas.

Uma época que busca modelos e regras não é uma época poética, porque tal subserviência a leis está em contradição com a natureza psicológica da inspiração poética cujas |únicas| leis são os cânones psicológicos e eternos da sua natureza que natural e inconscientemente a circunscrevem, latamente, com as 2 fronteiras que não deve passar – dum lado o prosaísmo, de outro lado o delírio. Outras leis não pode a poesia ter, como inspiração poética; mas todo o homem de gosto as tem 2 que, aprendendo e estudando, faça mais que as desenvolver em si; todo o homem de verdadeiro génio as tem, acrescidas daquela força individual e pessoal a que se chama originalidade.

Versos, mentalmente já, na sua própria essência e origem mental, a poesia em moldes certos que não são leis psicológicas, mas leis arbitrárias, próprias dum período é manifesta a ignorância do que é poesia e do que é inspiração poética. É um despotismo inconcebível, idêntico ao despotismo, em filosofia, da igreja, atrofiado. Todo o alto pensamento metafísico por lhe pôr limites certos, forçando não só a não se manifestar além de tais pontos dogmaticamente arbitrários, mas a não sair mesmo em si, nas suas íntimas e inexpressas operações mentais, do molde em que a fé o vasa. A mesma comparação se poderá fazer com referência à ideia monárquica.

Por isso a definição que Victor Hugo deu do romantismo: o liberalismo na literatura é exacta, posto que retoricamente concisa.

 

[81v]

 

Clássico foi Milton, de quem já falámos, clássicos † e Gray de que falaremos. Já dissemos, no lugar próprio, a razão porque Milton é um clássico; não a repetiremos, claro está, a respeito dos outros dois. Nessa razão que imbuída, naturalmente, a razão porque Shakespeare e a sua escola o não são.

  

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/4635

Classificação

Categoria
Literatura
Subcategoria

Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
Notas à data
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Idioma
Português

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Entidade detentora
Historial

Palavras chave

Locais
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Exposições
Itens relacionados
Bloco de notas