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Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14-4 – 26; 35-36
Imagem
Panfleto contra Orpheu.
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Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
Panfleto contra Orpheu.
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 144 – 26; 35-36]

 

Panfleto contra Orpheu.

  1. Anormalidade dos sentimentos.
  2. Confusão ideativa.
  3. A expressão “orpheica".
  4. {…}

______________________________________________________

Um artista a valer procurava dar toda a impressão desses gritos sem se servir do expediente grosseiro e pôr os gritos em tipo cada vez maior.

Do mesmo modo, no Manucure o sr. Sá-Carneiro inseriu anúncios de coisas fúteis. Ora sem dúvida que seria genial cantar o anúncio, mas o interessante era fazê-lo sem inserir esses anúncios em tipo

 

[26v]

 

quase de cartaz!

 

  1. A vontade de irritar, que nenhum verdadeiro artista sente, ainda que possa irritar sem querer, é nítida {…} na carta à Capital sobre o desastre do dr. Afonso Costa, etc.

Sentem-se fracos, talvez mesmo duvidosos do seu talento e procuram, obtendo o escândalo, dar a si próprios a sensação de celebridade.

_______

Marinheiro do sr. Fernando Pessoa é de partir a cabeça mais sólida. Ninguém percebe nada, salvo, aqui e ali, umas frases que era melhor não perceber. Em todo o caso, o sr. tem

 

[35r]

 

a grande vantagem de não cometer imoralidades nem espalhafatos. É deplorável como indicação de um estado mental, mas não é irritante ou nojento.

Diga-se, com íntima justiça, que o mesmo se aplica a alguma poesia do sr. Sá-Carneiro.

_______

O sr. Ronald de Carvalho é um exemplo de simbolista, assim como o sr. Eduardo Guimarães. O crime de ambos é muito menor.

_______

 

[35v]

 

Não quero que sejam puristas ou clássicos, mas que sejam ao menos lúcidos e decentes!

 

Vá de transcrever os trechos capitais da celebre Ode: {…}

 

Têm a mania de dizer coisas mais simples do modo mais complexo, o que além de ser estupido em si, é mau como arte.

 

[36r]

 

Há frases que não são a expressão de nada.

 

Maceração crepuscular de mim

 

não é coisa nenhuma evidentemente.

 

_______

 

Automóveis apinhados {…}

Qual é a necessidade desta última palavra? Nenhuma. É porque é obscena que o autor a emprega.

 

Dirão que não há explicação para aquilo. Mas isso é falso. Não há frase que não

 

[36v]

 

seja susceptível de ser dita de outra maneira, com maior ou menor beleza. Pouco me importa agora a expressão maceração de mim; o que eu queria é perceber.

_______

Brincam com as coisas mais sérias da vida, como crianças irresponsáveis. O sr. Sá-Carneiro declara-se católico e monárquico como se isto de ser ou não católico fosse um sport, e isto de ser monárquico só implicasse um jogo. Que podem fazer em arte criaturas que não tem noção nenhuma da sociedade, da vida, da {…}

 

Eu queria um exemplo que eles fossem até partidários da crítica espanhola, logo que fossem mais sérios.

 

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/4596

Classificação

Categoria
Literatura
Subcategoria

Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
Notas à data
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Idioma
Português

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Entidade detentora
Historial

Palavras chave

Locais
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Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Fernando Pessoa, Sensacionismo e Outros Ismos, edição de Jerónimo Pizarro, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2009, pp. 62-64.
Exposições
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