Identificação
[BNP/E3, 143 – 54]
De descreverem paisagens reais ou visionadas como reais passaram a descrever paisagens de sonho, com palácios e jardins estranhos, escadarias assombrosas, luares fatídicos, tétricas noites, meios-dias. Não tarda que não se persuadisse que por detrás desses sonhos havia qualquer coisa, qualquer realidade, como atrás das visões reais – realidade tão pouco conhecida como a do mundo. Assim nesses cérebros doentes nasceu o simbolismo – duma ante-sugestão.
[54v]
Não é já o simbolismo de Edgar Poe, que não difere do simbolismo usual e eterno.
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O próprio Poe dizia: uma coisa que se não pensa claramente não vale a pena de ser pensada.
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Outros observam sonhadoramente, passaram depois a sonhar observadoramente.
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Descrevem geralmente coisas passadas ou rios lentos, lugares suaves. Que espécie de sonho é este? († do José Cosme)