Imprimir

Medium

Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14-1 – 10
Imagem
[Sobre a literatura portuguesa]
PDF
Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
[Sobre a literatura portuguesa]
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 141 – 10]

 

A literatura portuguesa, tal qual ela até agora tem decorrido, divide-se naturalmente em 2 grandes períodos, divisível o primeiro com certeza em 3 subperíodos nítidos, e presumivelmente divisível o segundo de idêntica maneira, sobre que, a este critério, não estamos pressupondo senão meramente entrando no 2º desses subperíodos e em |coerência|[1] consequente de poder falar positivamente no terceiro. (em 3 subespécies que este período possa ter)

Os períodos literários, em geral e em qualquer literatura, só podem ser três – porque se se trata de um período em que a literatura é nacional, isto é, em que o elemento nacional da literatura absorve e torna suas as influências estrangeiras; ou se trate de um período em que se equilibram as influências estrangeiras e as nacionais; ou se trate de um período em que a literatura está sob constante influenciação estrangeira. Um dos três casos se deve em certa época estar dando, [seja qual for o valor das obras]. O que é preciso estabelecer é

(1) o que é, nítido e constante, num período literário e como se concebe

(2) qual a razão para fazer a divisão dos períodos literários consoante o seu grau de nacionalidade (e não adoptar outro critério)

(3) qual o preciso sentido que tem o dizer que uma literatura ou obra literária é nacional ou não o é; e o que é, |pendentemente|, uma “influência” literária, nacional ou estrangeira.

Os três problemas entrepenetram-se e a solução de um leva à dos outros.

Cheguemos, por isso, ao final e à base do problema – determinemos de início o que é uma obra literária. Daí sairá natural e espontaneamente tudo quanto precisamos poder definir.

____________

Pois uma obra literária é, parece certo, e seguro, certo género e modo de arte. É portanto com a definição de arte, entendida bem deste ângulo, que tem que ser estudada, parece ser seguro, para ir designando o que nos propomos definir.

 

II.

Fazer arte é, pois, fazer; é agir. Mas agir humanamente e conscientemente. Ora toda a arte culta e boa é expressão de qualquer facto psíquico. A arte é, portanto e por isso, a expressão de um facto psíquico.

Ora em qualquer arte há a conceber (1) a sua causa, (2) o seu meio, (3) o fim a que tende. No acto expressivo chamado arte tem pois que conceber (1) qual os factos psíquicos que expressa; (2) porque meio o expressa; (3) para que o expressa.

 

[10v][2]

 

|*(mas surge antes por meio e como fim sente que se trata, mais do que imediato. Assim: o fim que depois se terá sobre a verdade é imediatamente acertar-lhe, mediatamente é que é a utilizá-lo, e apenas fá-lo o que para isso se pretende que o torne causa).|

|A arte é um acto de ordem fixa, isto é, pretende fixar qualquer coisa, antes que a isso ofereça o ser arte, temperamentalmente.|

Determinemos que espécie de acto é o acto artístico.

No acto que se (1) {…}, (2) {…} (3) representar.

Em todo o acto há

(1) o acto em si

(2) o gesto

(3) {…}

 

 

  1. A arte é um acto.
  2. Há 3 espécies de actos:

(1) vitais – como comer, todos os seres têm estes actos

(2) sociais, {…}

(3) expressivos – o pensamento, a palavra.

  1. Há actos que devem de ser expressivos, são

(1) vitais – o quesito íntimo que visam a acção

(2) sociais – a palavra falada, o gesto, {…}

(3) expressivos – {…}

 

 

[1] em |coerência| /na capacidade\

[2] Fernando Pessoa

 

300 – P. Orders

400 – cigarettes

100 – Shave

100 – Tobacco

 60   Coffee

960

100   Stamps

1060

 

  1. de Passos Manueal, 24–3º-E

Republica 10

 

              Lisboa.

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/4206

Classificação

Categoria
Literatura
Subcategoria

Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
Notas à data
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Idioma
Português

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Entidade detentora
Historial

Palavras chave

Locais
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Exposições
Itens relacionados
Bloco de notas