Identificação
[BNP/E3, 141 – 10]
A literatura portuguesa, tal qual ela até agora tem decorrido, divide-se naturalmente em 2 grandes períodos, divisível o primeiro com certeza em 3 subperíodos nítidos, e presumivelmente divisível o segundo de idêntica maneira, sobre que, a este critério, não estamos pressupondo senão meramente entrando no 2º desses subperíodos e em |coerência|[1] consequente de poder falar positivamente no terceiro. (em 3 subespécies que este período possa ter)
Os períodos literários, em geral e em qualquer literatura, só podem ser três – porque se se trata de um período em que a literatura é nacional, isto é, em que o elemento nacional da literatura absorve e torna suas as influências estrangeiras; ou se trate de um período em que se equilibram as influências estrangeiras e as nacionais; ou se trate de um período em que a literatura está sob constante influenciação estrangeira. Um dos três casos se deve em certa época estar dando, [seja qual for o valor das obras]. O que é preciso estabelecer é
(1) o que é, nítido e constante, num período literário e como se concebe
(2) qual a razão para fazer a divisão dos períodos literários consoante o seu grau de nacionalidade (e não adoptar outro critério)
(3) qual o preciso sentido que tem o dizer que uma literatura ou obra literária é nacional ou não o é; e o que é, |pendentemente|, uma “influência” literária, nacional ou estrangeira.
Os três problemas entrepenetram-se e a solução de um leva à dos outros.
Cheguemos, por isso, ao final e à base do problema – determinemos de início o que é uma obra literária. Daí sairá natural e espontaneamente tudo quanto precisamos poder definir.
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Pois uma obra literária é, parece certo, e seguro, certo género e modo de arte. É portanto com a definição de arte, entendida bem deste ângulo, que tem que ser estudada, parece ser seguro, para ir designando o que nos propomos definir.
II.
Fazer arte é, pois, fazer; é agir. Mas agir humanamente e conscientemente. Ora toda a arte culta e boa é expressão de qualquer facto psíquico. A arte é, portanto e por isso, a expressão de um facto psíquico.
Ora em qualquer arte há a conceber (1) a sua causa, (2) o seu meio, (3) o fim a que tende. No acto expressivo chamado arte tem pois que conceber (1) qual os factos psíquicos que expressa; (2) porque meio o expressa; (3) para que o expressa.
[10v][2]
|*(mas surge antes por meio e como fim sente que se trata, mais do que imediato. Assim: o fim que depois se terá sobre a verdade é imediatamente acertar-lhe, mediatamente é que é a utilizá-lo, e apenas fá-lo o que para isso se pretende que o torne causa).|
|A arte é um acto de ordem fixa, isto é, pretende fixar qualquer coisa, antes que a isso ofereça o ser arte, temperamentalmente.|
Determinemos que espécie de acto é o acto artístico.
No acto que se (1) {…}, (2) {…} (3) representar.
Em todo o acto há
(1) o acto em si
(2) o gesto
(3) {…}
- A arte é um acto.
- Há 3 espécies de actos:
(1) vitais – como comer, todos os seres têm estes actos
(2) sociais, {…}
(3) expressivos – o pensamento, a palavra.
- Há actos que devem de ser expressivos, são
(1) vitais – o quesito íntimo que visam a acção
(2) sociais – a palavra falada, o gesto, {…}
(3) expressivos – {…}
[1] em |coerência| /na capacidade\
[2] Fernando Pessoa
300 – P. Orders
400 – cigarettes
100 – Shave
100 – Tobacco
60 Coffee
960
100 Stamps
1060
- de Passos Manueal, 24–3º-E
Republica 10
Lisboa.