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![[Sobre Oscar Wilde] [Sobre Oscar Wilde]](https://modernismo.pt/images/NAeSA/bn-acpc-e-e3-14e-1-96_0144_72v_t24-C-R0150.jpg)
Identificação
[BNP/E3, 14E – 72v]
Wilde, afinal, não foi senão o jornalista do humanismo. O seu estilo era só para amanhã de manhã, a sua dicção era à pressa; mas o fundo da sua personalidade, o elo entre o esporádico e o belo nele, estava em ele ter ganho a medalha de ouro de[1] humanidades na universidade de Cambridge. O homem de espírito, o invertidor de provérbios, o |socializador| de frases, esse morreu ao nascê-las {…}; o que ficou dele é o fundo humanista da atitude essencial, a limpidez da dúvida implícita, a angústia de outros esculpida a frio no mármore morto das suas frases que se não citam.
[72r]
O Wilde que entusiasmava a plebe da inteligência era o Wilde que se desprezava a si-próprio. As frases dele que por aí citam são as que dez mil casuais escrevem todas as semanas nos pequenos semanais ingleses que medram a sair do Lord Northcliff, de Sir Frank Newness ou de Cyril Arthur Pearson.
[1] de /em\