Fernando Pessoa - Teoria Literária
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Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14D – 22
Imagem
BNP/E3, 14D – 22
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Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
[Sobre Antero de Quental]
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 14D – 22]

 

Some sonnet-writers of the 19th century are perhaps greater artists of the sonnet, better sculptors of the sonnet, if so may speak.

Rossetti said that the thing in a sonnet is the “fundamental brain-work” contained. This is amusing, though true, it is amusing because this is true of all poems and not of sonnets alone. We reproduce the expression here, however, because it aids us in {…}

In the sonnets of Antero de Quental we find a perfect {…} of form to idea, and this renders their proper translation impossible.

He was not what we call an artist, that is, he did not write carefully, or create carefully. He wrote spontaneously {…} but so artistic, so {…} was his mind that {…}

 

[22v]

 

 Rossetti said that Shakespeare’s sonnets were greater than all because they were written by Shakespeare {…}

This is an amusing bit of nonsense. Rossetti seems to think that these great poets are as high mountains in an absolute sense, that are very high to-day and are very high to-morrow, and are only very high, without changing the altitude.

Not so. There are no great poets in so absolute a sense; there are great individuals of poets and in proportion as those great mountains are great we call the poet great. Shakespeare has some sonnets which are mere nothings, undoubtedly small.

Antero de Quental seems, however, to have written only upon inspiration {…}

 

 

[BNP/E3, 14D - 22]

 

Alguns escritores de sonetos do século XIX são talvez maiores artistas do soneto, melhores escultores do soneto, se assim podemos falar.

Rossetti disse que o importante num soneto é o “trabalho mental fundamental” que contém. Isso é divertido, embora seja verdade, é divertido porque é verdadeiro para todos os poemas e não apenas para os sonetos. Porém, reproduzimos aqui a expressão porque ela nos ajuda em {…}

Nos sonetos de Antero de Quental encontramos um perfeito {…} da forma à ideia e isso torna impossível a sua tradução adequada.

Ele não era o que chamamos de artista, isto é, não escrevia nem criava cuidadosamente. Ele escrevia espontaneamente {…} mas tão artística, tão {…} era sua mente que {…} 

 

[22v]

 

Rossetti disse que os sonetos de Shakespeare eram maiores do que todos porque foram escritos por Shakespeare {…}

Isto é um disparate divertido. Rossetti parece pensar que esses grandes poetas são como altas montanhas num sentido absoluto, que são muito altas hoje e são muito altas amanhã, e são apenas muito altas, sem alterar a altitude.

Isso não é assim. Não existem grandes poetas num sentido tão absoluto; existem grandes coisas individuais de poetas e, na proporção em que essas grandes montanhas são grandes, chamamos o poeta de grande. Shakespeare tem alguns sonetos que são meros nadas, sem dúvida pequenos.

Antero de Quental parece, no entanto, ter escrito apenas por inspiração {…}

 

 

Notas de edição

Classificação

Categoria
Literatura
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Dados Físicos

Descrição Material
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Legendas

Dados de produção

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Destinatário
Idioma
Inglês

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Entidade detentora
Historial

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Locais
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Antero de Quental, Os sonetos completos de Antero de Quental, com tradução parcial em língua inglesa de Fernando Pessoa, prefácio de J. P. Oliveira Martins, nota prévia, transcrições e prefácio de Patrício Ferrari, Lisboa, Guimarães, 2010, pp.176-178.
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