Identificação
[BNP/E3, 18 – 23-23a]
The aim of art is not to please. Pleasure is here a means – Not: rather many; it is not in this case an end. The aim of art is to elevate. (Proof?)
Before this principle then the famous question of art and morality is quite easy of solution. We do not elevate a thing by making it tend towards evil.
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But is not then philosophy an art? Is not the aim of philosophy to elevate also? It is, for knowledge elevates – it cannot lower anyone. My definition of the end of art is then too wide, too extensive. Considering better, then, “the aim of art is elevation of man by the means of beauty.” “The aim of science is the elevation of man by means of truth”. “The aim of education[1] is the elevation of man by means of good.”
[23v]
By this classification we can see how it is that religion means so much; how it is so hard to make men relinquish it. It is that Religion is the practical art.
But I am far from attempting a defence of religion. Indeed it is my hope that we found a religion without God – a religion purely of man, one which has benevolence and kindness as its basis instead of faith and of belief.
By religion – be it noticed – I do not mean theology. Theology is, if it be anything, a science, forming a part of metaphysics. Theology, being this, is theorical; religion is practical. The creed of Auguste Comte is as more religion than theology – it is perhaps even more, for it has not the egoistic element of a care for self-salvation.
[23ar]
How do we explain the taste of so many authors for subjects which are coarse, unpleasant, repugnant? How are we to explain the {…} of Zola; how the “Black Cat” of Edgar Allan Poe?
One reason for this taste is, I believe, to be found, in the scientific and analytic spirit of the author. Another consists in the originality of the subject. Is it in the cultivation of a novelty of sensations?
Is such a taste pathologic or is it not?
Do these poets and the psychologist {…}
Do they, as Baudelaire in his {…}, descend
Au fond de l’enfer pour trouver du nouveau?
[23av]
In idealistic compositions the symbol must be vague. By vague, however, I do not mean obscure. Its meaning should be grasped as vague in its limits and in its boundaries – in itself it must be clear. The idealistic symbol must resemble those lofty roman creations of Shelley; the outlines, the contours of whose ineffable beauty are indistinct and uncertain.
The satiric symbol, on the other hand, must be clear, quite clear. If it be vague it ceases to be striking.
[BNP/E3, 18 – 23-23a]
O fim da arte não é agradar. O agrado é aqui um meio – Não: antes muitos; não é neste caso um fim. O fim da arte é elevar. (Prova?)
Diante deste princípio, então, a famosa questão da arte e moralidade é de fácil solução. Não elevamos uma coisa ao fazê-la tender para o mal.
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Mas não será, então, a filosofia uma arte? Não será o fim da filosofia também elevar? É, pois o conhecimento eleva – não pode diminuir ninguém. A minha definição de finalidade da arte é, desse modo, muito extensa. Considerando melhor, então, “o fim da arte é a elevação do homem por meio da beleza.” “O fim da ciência é a elevação do homem por meio da verdade”. “O fim da educação é a elevação do homem por meio do bem.”
[23v]
Através desta classificação podemos ver como é que a religião significa tanto; como é tão difícil levar os homens a deixá-la. É que a religião é a arte prática.
Mas estou longe de tentar uma defesa da religião. De facto, a minha esperança é que consigamos fundar uma religião sem Deus – uma religião puramente do homem, uma que tenha benevolência e bondade na sua base em vez de fé e de crença.
Por religião – note-se – não entendo teologia. A teologia, se for alguma coisa, será uma ciência, que forma parte da metafísica. A teologia, sendo isto, é teórica; a religião é prática. O credo de Auguste Comte é mais religião do que teologia – é talvez ainda mais, pois não tem o elemento egoístico de uma preocupação com a salvação de si próprio.
[23ar]
Como explicamos o gosto de tantos autores por assuntos que são grosseiros, desagradáveis, repugnantes? Como explicamos o {…} de Zola; como o “Gato Preto” de Edgar Allan Poe?
Pode encontrar-se uma razão para este gosto, creio, no espírito científico e analítico do autor. Outra razão consiste na originalidade do assunto. Estará ela no cultivo de uma novidade de sensações?
Será um tal gosto patológico ou não?
Será que estes poetas e o psicólogo {…}
Será que eles, como Baudelaire no seu {…}, descem
Ao fundo do inferno para encontrar o novo?
[23av]
Em composições idealistas o símbolo deve ser vago. Por vago, contudo, não entendo obscuro. O seu sentido deve ser apreendido como vago nos seus limites e nas suas fronteiras – em si próprio deve ser claro. O símbolo idealista deve assemelhar-se àquelas nobres criações romanas de Shelley; os perfis, os contornos de cuja inefável beleza são indistintos e incertos.
O símbolo satírico, por outro lado, deve ser claro, muito claro. Se for vago deixará de ser impactante.
[1] education /Religion\