Identificação
[BNP/E3, 103 – 43]
Deus é tudo, mesmo aquilo que não é.
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Romantismo = panteísmo espiritualista. Concebe tudo como dualidade, corpo e alma, a natureza como corpo e Deus (Pope)
O idealista puro quando diz que o corpo é irreal e a alma real faz, de certo modo, dualismo – espiritualismo portanto, na sua essência –, porque dada a inconcebibilidade de que a matéria, não sendo nada, pareça ser – porque parecer ser é já ser, de certo modo, e ser de certo modo, é ser, visto que são tomados todos os modos-do-ser.
Suponha-se porém que o idealista dizendo “tudo é alma[1]” quando lhe perguntam pelo que é a matéria responde: espírito, mas carnalmente espírito, isto é, sendo o espírito a única realidade, a matéria, visto ser real, é espírito.
Temos pois uma metafísica a que se pode chamar panteísmo idealista. – Só há Deus, e Deus é tudo. Corpo e alma são Deus: são portanto realidades do mesmo género, não imanentemente, mas real- e efectivamente.
(Argumento por ser, não-ser e aparência).
[1] alma /espírito\