Identificação
[BNP/E3, 142 – 75]
Estética.
A escola romântica de acordo que era uma escola pessoal, de impressões individuais, de confissões; mas essas confissões forçoso é confessar que eram em grande parte ou pessoais apenas por hipótese, sendo dirigidas liricamente a amantes hipotéticas, ou falsas em serem “confissões” de sentimentos que os poetas ordinariamente não sentiam. No romantismo não há o tom de Cesário Verde, de António Nobre, de José Duro, dizendo francamente o que sentem, seja bom ou mau, nobre ou francamente ignóbil.
O que se pode perguntar é se não é mais da arte a escola romântica, escolhendo o que havia de dizer, só dizendo certas coisas, usando apenas certos sentimentos.
Há românticos falsos, por ex. Victor Hugo; das poesias dele não sabemos o que sentia. Nas de Musset, nas de Baudelaire mesmo já o sabemos.