Virtual Archive of the Orpheu Generation

Fernando Pessoa
Medium
Fernando Pessoa
BNP/E3, 14-2 – 22
BNP/E3, 14-2 – 22
Fernando Pessoa
Identificação
[Sobre os movimentos literários]

[BNP/E3, 142 – 22]

 

 [CONSULTAR IMAGEM DOS GRÁFICOS NO PFD]

 

Classicismo

Consciência

Só escolhiam os planos que

cortavam da consciência em L

 

 

Romantismo

Consciência

passaram a tratar

os assuntos que cortavam a Consciência em

outro ângulo do que o recto

 

 

Simbolismo

Consciência

Passaram a querer dar

o mais-que-um-plano, mas não souberam apanhar os planos assim:

 

 

 

Interseccionismo

Consciência

___________

 

À proporção em que eram afastadas as partes AB nos simbolistas a sua frase era antinatural e confusa. Mallarmé, G. Khan. Em Francis Thompson há só qualquer coisa de aproximado.

 

[22v]

 

No classicismo o ângulo de intersecção era sempre o mesmo. Não se admitia outro corte que não em ângulo recto.

No romantismo cada qual escolhe o ângulo que lhe apraz, mas há-de o ser só um o plano que corta. Daí a simplicidade para nós do romantismo.

O simbolista esquece que só tem consciência duma coisa de cada vez, e tenta apanhar, ao mesmo tempo, a intersecção de vários planos com o da consciência. A ideia boa, aqui, é a de apanhar vários planos; o fraco é querer apanhar vários planos em mais que um ponto de intersecção. Daí o carácter confuso do simbolismo. Não podemos pensar em 2 ou mais coisas, ao mesmo tempo. O que podemos é reduzi-las a uma – isto é, fazer, ou esperar a ocasião, em que todos esses planos se cortem num ponto

 

 

https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/4277
Classificação
Literatura
Dados Físicos
Dados de produção
Português
Dados de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Palavras chave
Documentação Associada
Fernando Pessoa, Sensacionismo e Outros Ismos, Edição de Jerónimo Pizarro, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2009, pp. 111-113.