[BNP/E3, 141 – 84]
Sherlock Holmes morreu para sempre.
Em breve morrerei também.
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A Última Morte de Sherlock Holmes
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{…} na minha longínqua infância inglesa.
{…} quando, junto de Pickwick Papers, de Sherlock Holmes ou de quando morte de †, que {…} dos males que um Shakespeare pode[1] curar.
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Deram mais mágoa à minha saudade da minha infância. Morreu duas vezes o que relembro morto.
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Tenho ainda os próprios livros em que li na infância estas histórias. Relê-las é uma alegria de espírito e uma tristeza visual.
[84v]
Sofro, ainda na leitura repetida das obras que amo, a saudade de as não poder ler sempre de novo pela primeira vez. E, em certo modo, assim as leio; cada leitura me recorda a primeira vez que as li, e é como um acompanhamento musical de memórias que assisto ao espectáculo |incógnito|.
De todas as coisas irreelegíveis, o conto policial é a mais estável. Como se poderá saber aquele cuja atenção se desvia da surpresa, se a surpresa é única e primeira?
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Há benfeitores da humanidade que excedem, em certeza da acção, os que vulgarmente chamam-se filantropos.
[1] Shakespeare /um Homero\ pode/(m)\