Identificação
[BNP/E3, 14E – 48]
Cesário.
A novidade não é completa. Nas[1] Heras e Violetas de Guilherme Braga, há, na última parte, uma[2] poesia intitulada O Moinho: {…}
Já aqui está a nota descritiva que Cesário teria conhecido. Mas isto foi uma casualidade em Guilherme Braga, uma modalidade, atípica aliás, do seu génio. Cesário tem por temperamento, e não ocasionalmente, esse estilo. É a ele, portanto, que esse estilo pertence – e é ele o inovador. Quer ele visse e notasse, ou nem visse nem notasse, ou não notasse, tendo visto, essa poesia de Guilherme Braga – é de pequena importância averiguar. Naturalmente conheceu-a; possivelmente foi {…}. Mas, mesmo sem ela, ele com aquele temperamento, escreveria daquele modo. – De resto, entre essa poesia e as de Cesário, se há seme-
[48v]
lhanças, há desparecenças também. O tratamento do assunto não é à Cesário – baseado sob um sentimento; é uma simples descrição que não indica outro sentimento do que o achar bela a vida do homem nos campos e designadamente, e naquele caso, a do moleiro. Isto basta para que a divergência seja radical. Mas[3] a própria escolha do assunto não é da que Cesário sóia fazer.
[1] Nas /No\
[2] uma /esta\
[3] Mas /E\