Fervoroso nacionalista e espírito religioso, formou-se em Medicina, em Coimbra, e exerceu diversos cargos públicos, incluindo o de deputado, durante o Estado Novo. É autor de numerosos trabalhos de carácter médico-social, de investigação histórica, de intervenção cívica e doutrinária, de que se salientam, entre outros, os seguintes títulos: O Ensino da Língua Portuguesa (1936), O Valor da Vontade na História Nacional (1938), Da Famosa Arte da Imprimissão (1948), A Presença da Virgem na Literatura Portuguesa (1953), «Talent de Bien Faire». A Divisa do Infante e a Criação do Estado da Índia (1955), Raízes Históricas, Humanísticas e Científicas da Unidade do Mundo Português (1965), Diónisos, Poeta e Rei (1982). Como poeta, distinguiu-se, em 1941, ao receber o prémio Antero de Quental, atribuído ao seu livro A Alma e o Deserto, onde, ao contrário de anteriores publicações, se revela vagamente prossecussor do movimento modernista. Com efeito, desde o neo-romântico Lágrimas e Sorrisos (1912), repudiado pelo autor, até ao Poema da Tentação – Nova Teoria da Humildade (1922), em que a estética neo-romântica surge associada à ascese cristã, raramente Cortez Pinto se liberta da sua herança finissecular. O último livro referido foi oferecido a Pessoa, com uma dedicatória, em Junho de 1922. Desconhecendo-se qualquer relação de amizade entre os dois, é provável que o conhecimento se devesse ao conhecido comum, o pintor Lino António, autor da capa do livro de Cortez Pinto, e colaborador do nº 1 de Athena, com cinco quadros.