Personalidade literária: o terceiro dos irmãos Crosse, charadista e cruzadista, em nome do qual Pessoa respondia a concursos de charadas em publicações inglesas. Em Pessoa, o gosto pelos enigmas e charadas transitou da infância para a idade adulta, e chegou a ser encarado como uma fonte de proventos económicos, que possibilitaria o casamento, como indicam as várias referências a A. A. Crosse presentes na correspondência entre Pessoa e Ofélia Queirós. Existe um envelope de Ofélia Queirós dirigido a A. A. Crosse e, numa carta de 22 de Março de 1920, Pessoa escreve: «Olha Bebezinho... Nas tuas promessas pede uma coisa, que em tempos me pareceu duvidosa, por causa da minha fraca sorte, mas agora me parece mais, muito mais possível. Pede que o snr. Crosse acerte no alvo de um dos prémios grandes – um dos prémios de mil libras a que concorreu. Não calculas a importância que para nós ambos teria se isso acontecesse! (...) Adeus, amor; não te esqueças do snr. Crosse, não? Olha que ele é muito nosso amigo e pode ser-nos (a nós) muito útil.» (Correspondência – 1905-1922)