[BNP/E3, 144 – 87]
Ben Jonson não possui a poesia do drama; escreve excelentemente dramaticamente e poesia também, mas poesia no drama é incapaz de dar. O melhor que tem é o famoso monólogo de Sir Epicure Mammon evocando do futuro a tremenda origem da vida que projecta; e ainda assim não há nesse monólogo, independentemente da sua adaptação ao carácter, uma grande dose de poesia, como há, para não citar mais,
[87v]
nos[1] monólogos do Fausto de Marlowe, nos do Duque em As You Like it ou Hamlet no drama desse nome.
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Jonson é muito maior que Marlowe no poder de intuição puramente dramática do carácter; Marlowe muito maior do que Jonson no poder de intuição poética do carácter e do drama.
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[1] nos /em alguns\