Bilhete-postal enviado de Paris, no dia 28 de setembro de 1915.
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Paris, 28 setembro 1915
Meu Querido Amigo,
Peço-lhe encarecidamente que não descure o assunto da Livraria. Devo-lhe dizer que se porventura os homens não pudessem mandar as massas até à data que eu disse (8 ou 9 outubro) isso não era uma razão para de todo não as mandarem. Pelo contrário: devem-nas mandar com toda a urgência. É claro que, se as não receber, eu não morro. Em todo o caso far-me-ia um grande desarranjo se elas não aparecessem. Assim, por amor de Deus, não me largue o Augusto. Tenha paciência, desta estopada mais, meu pobre amigo! Conto consigo! Hoje recebi uma carta do S. Rita em que não alude ao Orfeu. Os versos que lhe mando acima já os fiz há semanas. Não têm importância alguma.
Adeus meu querido Fernando Pessoa.
Mil abraços. E não deixe de me escrever!
Um grande abraço.
O seu, seu
Mário de Sá-Carneiro
Não me largue os livreiros!