[BNP/E3, 143 – 72]
O Artificialismo.
O romantismo foi um regresso artificial à natureza. A sua continuidade perfeita com o pseudoclassicíssimo nota-se bem. Os pseudoclássicos referiam-se em tudo à Natureza. Com um alargamento de tal conceito, os românticos se referiam a ela também. Porque todo o movimento social – literário ou outro – ao mesmo tempo que é uma reacção contra o movimento que o precede, é um prolongamento dele; ou, em outras palavras, é uma reacção contra ele, de dentro dele.
Todo o renascimento social se acha ligado a um regresso à Natureza. O romantismo foi um regresso artificial à natureza. De aí o ser, ao mesmo tempo que um renovamento da arte, um renovamento doentio dela.
O termo natureza compreende três ordens de factos, porque abrange os factos do mundo-exterior, os factos do mundo-interior. Equivale isto a dizer que o termo Natureza envolve, quanto à actividade humana que se possa dizer um regresso a ela, os factos da ciência, os factos da intuição psicológica, manifestada através da política, e os factos da parte crítica da filosofia (??????)
As épocas de renascimento ou renovação manifestam-se por uma actividade científica grande, por uma segura intuição política, e por uma atitude crítica na filosofia – construtivamente crítica, porém, não destrutivamente. (?????????)