[BNP/E3, 143 – 4]
Literatura Inglesa
Sir Thomas Browne é o Shakespeare dos prosadores. Ninguém, senão Shakespeare, teve uma expressão tão transcendentemente feliz, tão nitidamente apta. A sobriedade melódica do seu estilo é extraordinária.
Não é bem assim.
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Na Religio Medici sente-se porém como que uma tentativa de auto-persuasão, como se realmente o autor não sentisse a ortodoxia tão forte em si. Há uma como que {…}. Os argumentos parecem conscientemente desmedidos e a argumentação indica um não |sei| quê de {…}, como de quem reza alto para ver se obtém uma |fé| |verbal|. É esta a sensação que o livro nos dá. É preciso lê-lo para compreender bem o que aqui sentimos indicar.
As objecções que levanta são às vezes ou mais fortes ou mais atraentes que os argumentos com que as tenta repelir.