[BNP/E3, 142 – 17]
O lirismo é de três espécies: intelectual, emocional e imaginativo. O lirismo imaginativo é como que a combinação dos outros dois géneros.
Lirismo intelectual é o que procede por antíteses, contrastes, modo de dizer epigramático, etc. (V. Hugo); emocional o que exprime directamente o sentimento, sem imaginativar a expressão (Camões, sendo o soneto “Alma minha” o exemplo supremo); e imaginativo o que, vague {…}, pode desprezar uma ideia ou uma emoção (D. Diniz – “eno alto”; Goethe “Über allen Gipfeln”, Shelley) {…}
O 1º género manifesta-se quase sempre em um verso de si harmonioso, conhecido e {…}; o 2º em um verso
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de si antes finalmente susceptível de ser harmonioso do que harmonioso inevitavelmente (o soneto, por exemplo); o 3º escolhe o seu próprio verso, geralmente verso em si pouco belo a não ser para um verdadeiro poeta.
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Lirismo emocional-intelectual: {…}
Lirismo intelectual–imaginativo: {…}
Lirismo emocional-imaginativo: (Dante).