[BNP/E3, 141 – 44]
Uma coisa irmana estes homens mais célebres de hoje – os Wells, os Shaws, os D’Annunzios {…} – é o facto de que são bárbaros. Podem ser bárbaros inteligentes, porém são bárbaros.
Não trazem na alma o peso – porque é um peso – da cultura de outras eras. Chegam frescos aos problemas da vida, como se ninguém houvesse tratado deles antes de estes terem nascido.
São os novos-ricos da experiência. Chegam às aristocracias da literatura, não através da cultura que bradam, mas através dos acasos da inteligência propícia[1].
Entre um Anatole France e um Wells, um Shaw, um D’Annunzio, há um abismo – o abismo entre a análise e o progresso – entre a inteligência e a esperteza.
Distingue-os o não trazerem para o conhecimento humano verdadeiro mais coisa alguma.
[1] inteligência propícia /era propícia\