[BNP/E3, 14E – 92]
Swinburne
Não é a sensualidade de |Musset| franca e juvenil. Não é a indecência (ligeiramente histérica) de Lord Byron, que indecência como que espumosa, efervescência manifestada em excesso de vida. Nem é a obscenidade de Voltaire, em quem a potência física não estava à altura da sensualidade, de maneira que precisava desabafar em[1] indecências escritas. Nada disto. A sensualidade swinburniana é pegajosa, azeitada, |licorosa|, xarópica. É uma sensualidade pesada e sombria como aquelas que geralmente têm por acompanhamento físico o onanismo. É a sensualidade vulgar, se não chegando aos cérebros místicos, nos cérebros confusos, que a fraqueza da inibição condena a perpétua confusão mental e à tona das quais surgem, boiando indolentemente, as |coisas| dos impulsos do psiquismo inferior – impulsos medulares {…} – destrambelhamento do mental sexual, aberrações {…}
[1] em /com\