[BNP/E3, 14C – 43]
Omar Khayyam.
O pessimismo de Omar Khayyam não é o pessimismo do pessimista séptico, mas do pessimista que pensou de mais.
O seu “bebe!” é a injunção mais triste que há no mundo. O materialista aparente é uma abdicação perante a impossibilidade de conhecer. Tanto assim que, ao passo que, no materialismo ou epicurismo vulgar, a nota amorosa é predominante, em Omar ela é quase nula: o vinho, não o amor, é o que busca. O pensador cansado abdica, na verdade, do amor e da fé, isto é, abdica da vida.