[BNP/E3, 14B – 55]
Por isso eu admiro e {…} Carlyle – que é um da minha |raça| intelectual. Ninguém como ele teve a intuição angustiada do Mistério.
Não tinha uma filosofia fixa – pior para ele. Quem se faz uma filosofia – materialista ou idealista – a espécie não importa – vai perdendo na atracção das palavras o {…} do pensamento. Assim Carlyle, discípulo dos filósofos idealistas alemães, era mais dolorosamente filósofo do que eles, porque eles, reduzindo a filosofia ao seu sentimento do mistério adormentaram com palavras o seu pensamento, e ele,
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que nunca soube fazê-lo – constituição de filósofo forte a sua – sofreu até à morte – {…} e triste, abandonado em face do Mistério.