Identificação
[BNP/E3, 14B – 17]
Curioso que, mesmo quando se repete, consegue ser diverso. Porquanto, a sua obra é a repetição constante de um só princípio, princípio tão fluido, fecundo e vasto que, sem sair de si-próprio, tudo alegra, tudo exprime e tudo ilumina.
______________________________________________________________
And the astonishing final verse of the {…}th poem:
Things are the only occult meaning of things
or
The only occult meaning of things is[1] things themselves.
a verse of which it is not too much to say that it opens new roads for philosophic meditation.
Caeiro is the only poet of nature. In a sense, he is Nature: he is Nature speaking and being vocal.
He endears to us his house on the hill, his garden-wall, the road and the {…} that now and then passes on it.
He has neither interest in mankind, nor in any human activity, not even in art. All these things are to him unnatural.
Only Nature is divine and it is not divine.[2]
[1] is /are\
[2] E o surpreendente verso final do {…} poema:
As coisas são o único sentido oculto das coisas
ou
O único sentido oculto das coisas são as próprias coisas.
um verso do qual não é demais dizer que abre novos caminhos para a meditação filosófica.
Caeiro é o único poeta da natureza. Em certo sentido, ele é a Natureza: ele é a Natureza falando e sendo vocal.
Ele torna-nos cara a sua casa no outeiro, o seu muro de jardim, a estrada e o {…} que de vez em quando passa por ela.
Ele não tem interesse na humanidade, nem em qualquer actividade humana, nem mesmo na arte. Todas essas coisas não são naturais para ele.
Apenas a Natureza é divina e ela não é divina.
Classificação
Dados Físicos
Dados de produção
Dados de conservação
Palavras chave
Documentação Associada
Publicação integral: Fernando Pessoa, Obra Completa de Alberto Caeiro, edição de Jerónimo Pizarro e Patrício Ferrari, Lisboa, Tinta-da-China, 2016, pp. 252-253.