Diário fundado a 15/1/11 em Lisboa por António José de Almeida que, se manteve na direcção até 1919 sucedendo-lhe António Granjo (1919-1921) e Ribeiro de Carvalho (1921-1939). Suspende a sua publicação em 1918, com a subida de Sidónio Pais ao poder, retomando-a em 1919. Em 1921 suspende-a novamente reaparecendo apenas em 1939. Entre Setembro e Dezembro de 1912, o República acolhe um inquérito sobre o estado da literatura portuguesa, promovido por Boavida Portugal, no qual participam as principais figuras da intelectualidade da época: Júlio de Matos, Lopes de Mendonça, Teixeira de Pascoais, Augusto de Castro, Gomes Leal, João Grave, Gonçalves Viana, Adolfo Coelho, Veiga Simões, Júlio Brandão, Visconde de Vila Moura e Malheiro Dias. Entre todos os inquiridos, e são muitos os que criticam A Águia e a Renascença Portuguesa, é Adolfo Coelho quem merece a réplica mordaz de Fernando Pessoa, a 21/9/12, por se ter referido, no seu depoimento, ao artigo d’A Águia em que Pessoa profetiza o aparecimento de um «super-Camões». A 7/4/14 Pessoa reaparece nas páginas do República no quadro de um inquérito sobre «o mais belo livro português dos últimos trinta anos» – no qual Mário de Sá-Carneiro também participa (13/4/14) – indicando a Pátria de Guerra Junqueiro como sendo, «não só a maior obra dos últimos trinta anos», mas, «a obra capital do que há até agora de nossa literatura». Em 1915 o jornal dirigido por António José de Almeida reage violentamente ao aparecimento de Orpheu – publicando o maior número de artigos sobre a nova revista – assimilando o seu nome ao «integralismo» e implicando-o num complicado jogo de correntes políticas.

 

BIBL.: Boavida Portugal, Inquérito Literário, Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1915; Maria Aliete Galhoz, «Para uma diversidade na “História de Orpheu” – Imprensa de 1915», in: Orpheu 2, 3.ª reedição, Lisboa, Ática, 1984, pp. vii-xx.

 

 

Sara Afonso Ferreira